Em gráficos, o que você precisa saber sobre a megaoperação para conter avanço do CV no Alemão e na Penha
Uma megaoperação das polícias Civil e Militar nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio, tem 60 mortos; quatro deles policiais. Foi a operação mais letal da história do estado. O objetivo da ação desta terça-feira é cumprir mandados de prisão contra integrantes do Comando Vermelho (CV), 30 deles de fora do Rio, escondidos nos dois conjuntos de favelas, identificados pela investigação como bases do projeto de expansão territorial do CV. Os policiais usaram a tática de confronto para encurralar os bandidos para a mata durante a Operação Contenção.
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A operação mobiliza 2,5 mil policiais, além de promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ). Os policiais usam um grande aparato tecnológico na operação, como drones, dois helicópteros, 32 blindados terrestres e 12 veículos de demolição do Núcleo de Apoio às Operações Especiais da PM, além de ambulâncias do Grupamento de Salvamento e Resgate.
Até o fim da manhã, 81 pessoas haviam sido presas e 42 fuzis apreendidos na ação das polícias Civil e Militar. A operação marca uma mudança no padrão de enfrentamento entre as forças de segurança do Rio e as facções criminosas.
Em uma demonstração inédita de poder bélico, traficantes utilizaram drones para lançar granadas contra equipes das forças especiais da Core e do Bope. A tática representa uma nova escalada no poder de fogo do crime organizado no Rio e tem como objetivo conter o avanço da operação e proteger a alta cúpula da facção.
Para atacar os policiais, os criminosos acionam um gatilho mecânico ou elétrico que libera a carga enquanto mantêm o equipamento em voo, afastando-se sem se expor. Além de funcionar como um “bombardeiro” improvisado, o drone também é usado como instrumento de reconhecimento para orientar as reações das quadrilhas.
Um dos presos foi o operador financeiro de Edgard Alves de Andrade, o Doca, apontado como um dos principais chefes da cúpula do CV na Penha. O outro é Thiago do Nascimento Mendes, o Belão do Quitungo, um dos braços armados de Doca. Ônibus foram usados como barricadas e linhas tiveram que ser desviadas. Unidades de saúde e educação tiveram o funcionamento suspenso.
Moradores dos conjuntos de favelas, formados por 26 comunidades, usam as redes sociais para relatar intensos tiroteios. Fogo foi ateado em barricadas, e foi possível ver colunas de fumaça à distância. O telejornal "Bom dia Rio" mostrou ainda criminosos fugindo por uma área de mata.
Retaliação
Criminosos fecham diversas ruas das zonas Norte e Sudoeste do Rio, em retaliação à megaoperação realizada pelas polícias Civil e Militar nos complexos do Alemão e da Penha.
Os bandidos usam ônibus e caçambas para bloquear as pistas. Segundo a Rio Ônibus, pelo menos 120 linhas — de um total de 360 — foram impactadas. Mais de 50 coletivos foram usadas como barricadas.
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