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Em dia de encontro de chanceleres de Brasil e EUA, presidente do PT diz que ameaça americana à Venezuela é 'inaceitável'

16/10/2025 23:32 O Globo - Rio/Política RJ

O presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Edinho Silva, afirmou na noite desta quinta-feira que as ameaças do governo dos Estados Unidos (EUA) ao regime de Nicolás Maduro na Venezuela são "inaceitáveis". A fala ocorre horas depois do chanceler brasileiro, Mauro Vieira, ter se reunido com o Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, em Washington para negociar saídas para o tarifaço imposto pela gestão Trump às exportações brasileiras.
Edinho discursou diante do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros do governo federal durante a cerimônia de abertura do Congresso do PCdoB, em Brasília.
— Nós estamos vendo as ofensivas que o Brasil tem sofrido por meio do governo Trump, e estamos vendo as ameaças que a América do Sul tem sofrido, que a América Latina tem sofrido. É inaceitável, por exemplo, (sic) as ameaças que foram dadas ontem contra o governo da Venezuela, contra o povo venezuelano — disse Edinho.
O governo de Donald Trump autorizou secretamente a Agência Central de Inteligência (CIA) americana a conduzir ações na Venezuela, de acordo com reportagem do jornal New York Times publicada nesta quarta e confirmada por Trump. A medida intensifica uma campanha contra Nicolás Maduro, o líder autoritário da Venezuela.
A autorização é o passo mais recente na intensificação da campanha de pressão contra a Venezuela pelo governo Trump, que desde agosto envia navios de guerra ao Caribe para operações de combate ao tráfico de drogas, segundo Washington, enquanto acusa Maduro de liderar redes de narcotráfico. Pelo menos cinco pequenas embarcações foram bombardeadas desde então, deixando 27 mortos, o que Caracas chama de "execuções extrajudiciais".
O presidente do PT disse as execuções também são inaceitáveis.
— É inaceitável a execução de cidadãos venezuelanos sem qualquer processo legal que caracterize a atividade criminosa, sem qualquer processo, inclusive do direito ao contraditório. E quando não tem direito ao contraditório. Isso se chama execução. Isso é crime internacional — afirmou Edinho.
A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovações, Luciana Santos, presidente do PCdoB, também criticou o governo Trump e manifestou apoio a Maduro.
— Devemos manifestar, diante da situação a que temos assistido nas últimas horas, que precipita cada vez mais um clima de guerra na região do Caribe e da América Latina. O nosso repúdio veemente às ameaças diretas e às ingerências contra o irmão povo da Venezuela — ressaltou.
Além de Lula, Edinho e , Luciana Santos, compareceram ao evento os ministros Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), Sidônio Palmeira (Comunicação Social), Alexandre Silveira (Minas e Energia), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Wolney Queiroz (Previdência).

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