Logo
Tudo que você precisa saber sobre as eleições em um só lugar

Divórcio após os 50: Andréa Sunshine, a 'vovó fitness', compartilha lições de liberdade e autovalor

30/10/2025 06:31 O Globo - Rio/Política RJ

Os divórcios estão se tornando cada vez mais comuns, inclusive entre casais maduros. Segundo dados do IBGE, a taxa de separações entre pessoas com mais de 50 anos cresceu nos últimos anos, refletindo uma mudança de mentalidade: muitas mulheres não aceitam mais relações que não tragam respeito e plenitude. É o caso de Andréa Sunshine, influenciadora, escritora e atleta de 55 anos, que viveu dois casamentos, um amor verdadeiro e um recomeço marcado pela liberdade.
'Vovó fitness' Andréa Sunshine fala sobre viver a maturidade com prazer: 'A sexualidade não tem idade, e explorar isso foi libertador'
Andréa Sunshine conta como transformou o rótulo 'vovó fitness' em símbolo de força e liberdade: 'Recebo esse título como troféu'
"Eu vivi o amor em todas as suas formas e aprendi que a maior força de uma mulher está em reconhecer seu próprio valor", conta Andréa, conhecida como "vovó fitness", ao relembrar os dois casamentos que moldaram sua visão sobre o amor:
"O primeiro foi o da juventude, quando a gente acredita que o amor basta para segurar o mundo. O segundo foi o amor da minha vida, um homem brilhante, maduro, generoso, que me mostrou o que é ser amada de verdade. Foram quinze anos de respeito, admiração e cumplicidade. Ele foi um grande parceiro em todos os sentidos e cuidou das minhas filhas como se fossem dele. E é por viver esse tipo de amor que eu nunca mais aceitei migalhas."
O segundo divórcio, segundo Andréa, não foi um rompimento traumático, mas um encerramento sereno. "Nos separamos em paz, com gratidão e carinho. Foi o fechamento natural de um ciclo bonito. Quando há amor e respeito, o fim não precisa ser guerra", destaca.
A história de Andréa Sunshine sobre amor e autonomia
Reprodução Instagram
Depois desse capítulo, veio um longo silêncio, não de solidão, mas de cura. "Eu não quis me relacionar, não por tristeza, mas porque eu sabia o que era ser amada e não queria viver nada que não tivesse a mesma verdade. Foi um tempo de reconexão comigo. De me ouvir, me respeitar e me fortalecer", refleta.
Anos depois, Andréa viveu uma experiência que testou todos os aprendizados anteriores: um relacionamento tóxico e controlador.
"A diferença é que dessa vez eu sabia reconhecer os sinais. Eu tinha me prometido nunca mais aceitar menos do que respeito. Quando decidi viver esse relacionamento, entreguei meu apartamento, abri mão de tudo acreditando que estava construindo uma nova vida a dois. Mas quando as humilhações começaram e a toxicidade tomou conta, percebi que precisava sair, mesmo sem ter para onde ir. E eu saí. Comecei do zero. Foi difícil, mas foi libertador. Porque sair de um lugar que te fere é mais digno do que ficar de favor no inferno", observa.
Andréa revela que a independência financeira foi essencial, não por luxo, mas por dignidade. "A mulher independente não é a que tem muito, é a que tem o suficiente para ir embora quando precisa. A liberdade de escolher ficar é o que realmente define o amor", explica.
A história de Andréa Sunshine sobre amor e autonomia
Reprodução Instagram
Quando o assunto é envelhecimento e autonomia, Andréa fala com sinceridade sobre como encara a própria vida e escolhas.
"A sociedade ainda tenta convencer a mulher de que envelhecer é perder valor, quando, na verdade, é quando a gente mais se descobre. O tempo não me tira, ele me revela. Estar sozinha não é fracasso, é maturidade. Eu já me senti mais sozinha dentro de uma relação infeliz do que morando sozinha. Hoje, se o amor vier, será bem-vindo. Mas se não vier, tudo bem, eu me basto, e isso é libertador."
Para as mulheres que vivem relações infelizes, o conselho vem como um manifesto: "Se for preciso perder tudo para se reencontrar, perca. Casa, conforto, aparência, nada vale a tua dignidade. É melhor dormir num colchão de coragem do que em lençóis de submissão."
Andréa encerra a conversa com uma frase que resume toda a sua trajetória. "A idade muda tudo. Quando somos jovens, queremos ser amadas; quando amadurecemos, queremos ser compreendidas. Eu não busco mais alguém que me complete, busco alguém que me inspire. E se não vier, sigo em paz, porque eu já me encontrei", declara.

Fonte original: abrir