
Dias d’Ávila: presidente da Câmara xinga irmã de cachorra e cunhado de fedorento
O presidente da Câmara de Vereadores de Dias d'Ávila, cidade da Região Metropolitana de Salvador (RMS), José Morais de Almeida Júnior, 55 anos, o Júnior do Requeijão (PSDB), está no centro de uma grave polêmica após o vazamento de áudios com ofensas violentas direcionadas à irmã, a empresária Maria Marileide de Morais, 67 anos, e ao cunhado, o advogado Siranedes Eleutério, 61 anos, o Léo Mineiro.Os áudios, repletos de insultos racistas, sexistas, misóginos e com diversos palavrões, foram enviados ao casal no dia 7 de outubro. Em pouco tempo, viralizaram em grupos de WhatsApp e viraram motivos de falatórios na cidade. Diante da situação, as vítimas procuraram a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (DECRIM) e a Coordenadoria de Promoção de Igualdade Racial. "Estive na DECRIM, em Salvador, onde foi registrado o BO [Boletim de Ocorrência]. A delegada remeteu esse BO para Dias d'Ávila, para a delegacia territorial, e ontem [terça-feira, 14] o delegado fez um outro boletim. E também, Marileide ontem esteve na delegacia territorial e também foi registrado um boletim de ocorrência. Inclusive, no caso dela, amparado pela Lei Maria da Penha e outros códigos mais. Ela pediu a medida protetiva, acredito que amanhã sairá", explicou o advogado. O delegado Evaldo Costa, titular da 25ª Delegacia de Dias D'Ávila, foi procurado pelo Portal A TARDE, mas não deu retorno.O conteúdo dos áudiosNa gravação, Júnior do Requeijão dispara uma série de insultos à irmã e ao cunhado. Os termos utilizados são considerados altamente ofensivos e que podem ser configurados como crimes de injúria racial, violência psicológica e difamação.
O advogado Léo Mineiro, uma das vítimas, é cunhado do vereador
| Foto: Reprodução Redes Sociais
Em meio às ofensas, o vereador chama a própria irmã de 'p**ta véia', 'nojenta', 'cachorra', 'sem vergonha', entre outros termos de cunho violento, ofensivo, agressivo e degradante, utilizados para atacá-la moral e verbalmente. Além disso, ele cobra o pagamento de um valor em dinheiro. A quantia não é informada. "Na verdade, isso começou no final de 2018 para o início de 2019. Em 2018, eu tive um irmão que faleceu, ele se suicidou e mexeu muito comigo. Saí do grupo da família e falei que ia cuidar da minha cabeça. Um dia fiquei sabendo que todos da família estavam falando muito mal de mim. Aí é o começo de tudo", contou Marileide, revelando que essa não foi a primeira vez que foi ofendida pelo irmão. Contra o cunhado, que é negro, as ofensas também foram graves, incluindo frases como "nego véio fedorento, raciado de gambá", que podem configurar injúria racial, conforme o Art. 140, § 3º do Código Penal e a Lei nº 14.532/2023, que equipara injúria racial ao crime de racismo - crime inafiançável e imprescritível.Vereador admite autoria, mas minimiza Em entrevista exclusiva ao portal A Tarde, Júnior do Requeijão confirmou ser o autor dos áudios, mas afirma se tratar de um desentendimento familiar. "Essa minha irmã não se dá com ninguém da família. Ela vem perturbando há muito tempo. Na hora desse áudio, me excedi. Não é para atingir o esposo dela em nada, só ela mesmo", defendeu-se. "É maluquice! Ela é maluca, visivelmente, ela é abalada, muito maluca. E eu me excedi, de fato, mas não tem nada a ver isso, é só briga de família mesmo. E ela se arrasta por seis anos", complementou o edil. Questionado sobre o real motivo das ofensas e acusações, Júnior do Requeijão não hesitou em afirmar que se tratava de uma disputa financeira. Segundo ele, a irmã teria deixado de repassar um valor referente à venda de alguns terrenos. "Ela se apoderou dos terrenos [da família]", afirmou, por telefone. O vereador encerrou a ligação dizendo que se dirigia à 25ª Delegacia Territorial de Dias D'Ávila e pediu que a reportagem retornasse a ligação mais tarde. O Portal A TARDE, no entanto, não conseguiu mais contato com ele.Irmã e cunhado rebatem versão de vereadorA empresária Marileide de Morais rebate a versão do irmão e afirma que sempre o apoiou, inclusive financeiramente e que foi surpreendida pela violência dos áudios. "Quando ele se refere, me paga o dinheiro, não é verdade. Ele que me deve, eu o ajudei muito a chegar onde chegou. Eu e o irmão que faleceu, todos da cidade sabem", argumenta a empresária.Assim como a esposa, o advogado Léo Mineiro, também citado nos áudios, refutou as declarações do vereador. "Não se trata de herança, não é nada de herança. Inclusive, ela já está com um processo contra ele, para que ele se explique na Justiça o que é que ela deve a ele. Não existe herança", reafirmou ao dizer que a esposa não deve nenhum valor ao irmão. Já com relação as ofensas ele disse "nunca tive i
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