
Deepfakes: crianças e adolescentes em risco
Deepfakes: crianças e adolescentes em risco.
Divulgação
As tecnologias de deepfake estão criando novas ameaças para crianças e adolescentes, como exploração, assédio e cyberbullying. Hoje, nossas crianças e adolescentes passam cada vez mais tempo conectados. Com isso, surgem novos riscos. Entre eles, os deepfakes, vídeos e imagens manipulados que parecem reais e podem ser usados para enganar. O que antes parecia ficção científica agora se tornou uma preocupação real para famílias, escolas e sociedade.Essas tecnologias podem colocar os jovens em situações perigosas, como aliciamento, sextorsão e exposição a conteúdos impróprios. Além dos riscos imediatos, há impactos mais sutis, mas profundos, na saúde mental e emocional, como ansiedade, depressão e até dependência digital. Infelizmente, temos situações que acabam por levar as vítimas ao suicídio.Embora a Inteligência Artificial para criar imagens tenha usos legítimos, no campo da criminalidade ela se tornou uma arma de coleta criminosa e de exposição. Contra crianças e adolescentes, o impacto é devastador. Relatórios recentes de organizações de segurança digital no Brasil indicam que a IA está multiplicando as denúncias de abuso e exploração sexual infantil, com criminosos usando a tecnologia para simular vítimas em situações de violência sexual online, como pornografia e sextorsão.Para que o deepfake criminoso aconteça, os criminosos exploram a exposição digital. Fotos de perfil, vídeos curtos e até mesmo imagens postadas pelas vítimas ou por pais nas redes sociais podem ser a base para a criação de material falso, feito para chantagear ou para a prática de pedofilia. O crime se manifesta de várias formas, muitas vezes começando com o aliciamento, quando adultos criminosos (predadores) usam perfis falsos ou IA para se aproximar das vítimas e ganhar sua confiança. Outra modalidade é a pornografia não consensual, que envolve a criação de imagens falsas de crianças ou adolescentes em atos sexuais, distribuídas em redes criminosas. Além disso, o assédio e cyberbullying podem ocorrer com o uso de deepfakes para ridicularizar ou difamar, colocando um colega em situações constrangedoras.O Brasil está reagindo a esse cenário complexo. A legislação mais importante para a proteção na internet é o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que busca garantir uma maior proteção. Mais recentemente, a discussão sobre a criação do Estatuto Digital da Criança e do Adolescente (ECA Digital), parte da Política Nacional de Cibersegurança e das iniciativas do E-Ciber, busca estabelecer regras mais rígidas para as plataformas digitais, como redes sociais, para que atuem na prevenção de riscos e na fiscalização de conteúdos de exploração sexual. O Brasil está reagindo a esse cenário complexo, a legislação mais importante para a proteção na internet é o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e o recentemente lançado ECA Digital, que oferece propostas para maior proteção. Ademais, A Política Nacional de Cibersegurança e a E-Ciber reforçam a o arcabouço contra o crime cibernético. O deepfake é a fronteira mais perigosa da tecnologia nas mãos do crime, especialmente quando foca na violação de menores. A proteção contra a exploração, o assédio e a violência sexual online não é apenas uma obrigação legal, é um dever social. A batalha contra a falsificação de identidade e a coleta criminosa de dados é constante. A lei está evoluindo, mas a primeira linha de defesa está em cada família e em cada usuário de dispositivo móvel. Não basta apenas a legislação, a atenção e a orientação de pais, educadores e responsáveis são fundamentais. Limitar o tempo de tela, ensinar sobre comportamentos seguros e conversar abertamente sobre os riscos da internet faz toda a diferença. Prevenir não é só bloquear conteúdos, mas também educar. Explicar como identificar situações suspeitas, como manter senhas seguras e como agir diante de ameaças digitais ajuda a criar hábitos saudáveis e seguros. Plataformas de tecnologia, provedores de serviços e políticas públicas também precisam trabalhar juntos para tornar a internet mais segura para os jovens.A informação e a cautela são as ferramentas mais poderosas. O papel da família é insubstituível. São os pais e responsáveis que, por meio do diálogo aberto e da supervisão consciente, podem guiar as crianças e adolescentes, equipando-os com o discernimento necessário para navegar no ambiente digital com segurança e não cair nas armadilhas cada vez mais sofisticadas dos criminosos.Deepfakes e outras ameaças digitais podem parecer distantes, mas a realidade é que estão cada vez mais próximas do dia a dia das crianças e adolescentes. A melhor defesa é combinar legislação, tecnologia e educação, criando um ambiente online seguro e saudável, onde os jovens possam explorar e aprender sem riscos.Fiquem seguros e tenham cuidado com as imagens de seus filhos e netos.João Augusto Alexandria de BarrosDiretor de Int
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