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Conheça Josiel Konrad, o músico por trás da festa 'Jazz proibidão'

16/10/2025 19:02 O Globo - Rio/Política RJ

A combinação pode parecer improvável, mas basta ouvir os primeiros acordes para entender que faz sentido. Depois de reunir mais de 2.600 pessoas em sua última edição, em agosto, e atrair nomes como Liniker na plateia, o “Jazz proibidão” volta ao Rio nesta sexta-feira (17), ocupando a Gamboa com uma proposta ousada: unir o swing do jazz americano à batida crua do funk brasileiro.
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Criado pelo músico Josiel Konrad, de 38 anos, nascido e criado em Austin, Nova Iguaçu, o projeto nasceu do desejo de romper fronteiras musicais e mostrar que o funk e o jazz compartilham a mesma essência: improviso, pulsação e liberdade criativa. O resultado é uma experiência sonora que conecta públicos, estilos e linguagens — e transforma o baile em um verdadeiro laboratório cultural do Rio.
— O maior desafio nessa fusão está em preservar a integridade e a potência de ambos os gêneros, sem que um descaracterize o outro. O funk traz sua crueza, sua energia urgente; o jazz, sua liberdade e improvisação sofisticada. É um exercício contínuo de equilíbrio, inovação e respeito à ancestralidade sonora de cada estilo, buscando um diálogo genuíno e transformador. Costumo falar para a banda que o Jazz Proibidão é um LAB — explica Josiel Konrad.
Inventividade das periferias
O músico começou a tocar trombone na igreja ainda adolescente e sentiu vontade de se profissionalizar. Diante das dificuldades, largou a música por um tempo e, quando foi morar em Santa Teresa, voltou a respirar música e tirou o trombone da case. Nesse processo, decidiu criar o "Jazz proibidão" para unir a cultura de baile funk que ele sempre viveu na baixada e o jazz que ele aprendeu a amar, além de devolver para o jazz a raiz da periferia.
Josiel Konrad: 'Quis mostrar que o jazz não está preso aos circuitos elitizados'
Divulgação / Magrão
— O "Jazz proibidão" nasceu dentro do meu álbum "Boca no trombone", um álbum que partiu da urgência que eu senti de me comunicar com as minhas origens, percebi que estava me distanciando das minhas raízes a cada dia que passava. E em meios as incertezas da vida veio a convicção de que as fronteiras entre a tradição do jazz e a pulsação da rua do funk carioca não eram muros, mas sim pontos de encontro. Quando criei esse movimento, quis mostrar que o jazz não está preso aos circuitos elitizados, mas pode e deve dialogar com a força bruta e a inventividade das periferias, onde a resistência e a cultura popular se manifestam de forma autêntica e plural — ressalta Josiel Konrad.
Josiel é o primeiro trombonista do Rio de Janeiro e o segundo brasileiro a representar a marca KING de trombones jazzístico mais conceituadas no mundo. Além disso, tem um currículo de apresentações nacionais e internacionais: Jazz a La Calle ( Uruguai ), CCSP - São Paulo, Circo Voador, Ronnie Scott's Jazz Club (Londres), ClubPassing Clouds (Londres) e Florence Latin Jazz (Londres).
No palco da festa, Josiel e sua banda recebem convidados como Ster do Violino, Janamô, Dudu Oliveira, DJ Dree Beatmaker, DJ May e DJ Wagner Rasta — um line-up que atravessa gêneros e transforma a Gamboa num encontro entre Nova Orleans e Nova Iguaçu.
— O evento atrai um público cada vez mais diverso, que vai além dos círculos tradicionais do jazz e do funk carioca. Vejo pessoas de diferentes origens, culturas e gerações, unidas por essa experiência única de reinvenção musical e social, que derruba preconceitos — conclui o artista.
Jazz proibidão. 17 de outubro, às 20h30. Rua Costa Barros, 34 - Gamboa. R$ 30 (no Sympla). 18 anos.

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