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Caged: agosto registra recuperação nas contratações em Niterói

12/10/2025 08:01 O Globo - Rio/Política RJ

Após fechar julho com saldo negativo, registrando mais demissões do que admissões, a geração de empregos formais em Niterói voltou a crescer em agosto. Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) registram 6.703 admissões contra 5.692 desligamentos no mês, resultando em um saldo positivo de 1.011 vagas. Os números representam um aumento de aproximadamente 10% no volume de contratações e uma diminuição de 9% nos desligamentos de um mês para o outro. Os resultados também refletem um aumento de 53% no saldo de vagas, em comparação com agosto de 2024.
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O setor de serviços puxou a recuperação. Foram 4.022 admissões e 3.475 demissões, com um balanço favorável de 547 vagas. A indústria registrou a maior diferença relativa, com 604 admissões e 322 demissões (saldo de 282). Já a construção civil também fechou o mês com um saldo positivo de 178 vagas, sendo 666 admissões e 488 demissões.
A economista Janaína Feijó, da FGV-Ibre, classificou o resultado de agosto como um alívio “muito positivo” para o mercado de trabalho de Niterói.
— O saldo de agosto não foi apenas bom, mas o melhor dos últimos 13 meses, superando o resultado do mesmo período do ano passado. Embora nossa economia seja majoritariamente de serviços, o destaque comparativo vai para a indústria. O setor saiu de um saldo positivo de apenas 18 vagas no ano passado para 282 novos empregados este ano, o que sinaliza um crescimento significativo na área — afirma.
Juros altos prejudicam
Ainda de acordo com o Caged, das 6.703 admissões, aproximadamente 56% foram de homens e 44% de mulheres. Sobre o grau de instrução, os dados mostram que em Niterói as pessoas com ensino médio completo ficaram com a maior parte das vagas (4.369), seguidas das que têm o superior completo (799). Em relação à faixa etária, os adultos de 30 a 39 anos foram os mais contratados, ocupando 1.698 vagas, uma leve vantagem sobre os jovens de 18 a 24 anos, que ficaram com 1.671 postos de trabalho.
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Em contrapartida, a comparação do acumulado de janeiro a agosto de 2025 com o mesmo período de 2024 aponta para um cenário de desaceleração na criação de postos de trabalho no município. Enquanto nos oito primeiros meses de 2024 foram registradas 51.653 contratações e 44.993 demissões, alcançando um saldo de 6.660 novas vagas, no mesmo período de 2025 houve 51.322 contratações e 50.615 desligamentos — saldo de apenas 707 vagas. A diferença representa uma queda de mais de 89% na criação líquida de empregos formais em relação ao mesmo período de 2024 na cidade.
De acordo com a economista, essa desaceleração já era esperada, pois em 2024 o mercado nacional estava muito aquecido. Já este ano, com o fim de estímulos fiscais e a alta nos juros, empreendedores que planejavam ampliar seus negócios mudaram de ideia.
— Niterói acompanha o contexto do Brasil como um todo, que é de retração econômica devido à alta na taxa de juros, que inibe a expansão dos negócios e a abertura de novas empresas, o que impacta na decisão de contratar novos empregados. As empresas têm optado por enxugar a produção e demitir funcionários. Resta saber se o crescimento de agosto teve um caráter sazonal ou se o mercado está apenas se recuperando de um julho muito fraco — diz.
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Para Jonathas Goulart, gerente de Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), a tendência é que o saldo de vagas em 2025 permaneça abaixo do registrado no ano passado.
— O aumento no mês de agosto é mais um efeito pontual do que uma tendência de melhora, pode ser uma flutuação positiva a curto prazo, mas provavelmente, com a taxa de juros elevada, o que afeta principalmente o setor industrial, e o estoque de empregos gerados no ano passado, o mercado de trabalho está mais suscetível a demissões do que a novas contratações — opina.
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Segundo Goulart, essa desaceleração econômica é normal em um período de arrefecimento do mercado de trabalho, pois ele estava aquecido, com a menor taxa histórica de desemprego no país, o que torna mais difícil que os resultados positivos de 2024 se repitam.
Mesmo que o resultado anual não seja bom, a especialista da FGV-Ibre explica que o resto do ano pode ser promissor:
— Vamos entrar em meses historicamente bons, como outubro, novembro e dezembro, com a contratação de temporários e vagas extras. Esperamos que a cidade continue apresentando um bom desempenho, assim como em agosto.
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