Logo
Tudo que você precisa saber sobre as eleições em um só lugar

Áreas verdes ganham status nos residenciais

02/11/2025 11:01 O Globo - Rio/Política RJ

Parques. No Ilha Pura, a área verde ocupa mais de 72 mil metros quadrados projetados pelo escritório Burle Marx
ILHA PURA/DIVULGAÇÃO
Em meio à crescente valorização da qualidade de vida nas cidades, áreas verdes dentro dos empreendimentos imobiliários têm se tornado um diferencial cada vez mais relevante. Bosques, trilhas e jardins amplos funcionam como refúgios naturais que promovem bem estar, reduzem o estresse e fortalecem a convivência entre os moradores. Além de contribuir para a regulação térmica e a melhoria da qualidade do ar, esses espaços estimulam hábitos saudáveis, como caminhadas e atividades ao ar livre, reforçando a sensação de pertencimento e equilíbrio em meio ao ambiente urbano.
Essa tendência acompanha movimentos globais de urbanismo sustentável e consolida um novo padrão de moradia — em que o contato com o verde deixa de ser luxo e passa a ser parte essencial de um estilo de vida mais saudável e conectado ao entorno. No Cidade Arte, da Calper, na Barra da Tijuca, estão sendo plantadas mais de 1,8 mil árvores nativas da Mata Atlântica, o que ajuda a criar um microclima mais ameno, além de colaborar para a preservação ambiental da região.
—As áreas verdes contribuem para uma melhor qualidade do ar, favorecem o escoamento natural da água, reduzem ruídos e estimulam hábitos mais saudáveis, como atividades ao ar livre para adultos, crianças e pets. Há também um impacto direto na valorização dos imóveis e, principalmente, na qualidade de vida dos moradores: bem estar, menos estresse e uma convivência mais equilibrada entre pessoas e natureza — observa a diretora da Calper Construtora, Niceli Maini.
No Insigna, da Azo Inc. na Península, também na Barra da Tijuca, apenas 40% da área total de 10,7 mil metros quadrados terá construções, permitindo a manutenção de uma extensa faixa de vegetação preservada e espaços livres integrados ao projeto paisagístico — uma escolha que garante baixa densidade, maior permeabilidade do solo e melhor conforto térmico e acústico para os moradores.
—Bem-estar, natureza e sustentabilidade deixaram de ser diferenciais e passaram a atender expectativas básicas de quem busca um imóvel de alto padrão. Após a pandemia, o lar ganhou outro significado: é onde as pessoas buscam equilíbrio, saúde e qualidade de vida. Por isso, projetos com integração real à natureza têm se tornado os mais desejados — afirma o CEO da Azo Inc., José de Albuquerque.
PARQUE VERDE
Construído para ser a Vila Olímpica da Rio 2016, o bairro planejado Ilha Pura foi um dos primeiros empreendimentos no Rio a contar com uma área de parque. São mais de 72 mil metros quadrados projetados pelo Escritório Burle Marx.
A head de Incorporação e Sustentabilidade do Ilha Pura, Talitha Ribeiro, lembra que a Casa dos Atletas já nasceu mirando a regra 3-30-300, criada pelo holandês Cecil Konijnendijk, especialista em cidades saudáveis — todos devem poder ver ao menos três árvores de casa, viver em bairros com 30% de cobertura arbórea e estar a menos de 300 metros de um espaço verde público de alta qualidade.
— O parque projetado pelo escritório Burle Marx não é apenas uma soma de elementos paisagísticos: é parte de uma estratégia urbana que valoriza a saúde, a sustentabilidade e o estilo de vida ativo. Os clientes reconhecem e valorizam esse diferencial, pois ele promove não apenas a prática de atividades físicas ao ar livre, mas também a conexão com a natureza e o fortalecimento dos laços comunitários —define ela.
Mais do que um atrativo paisagístico, o verde dentro dos empreendimentos representa uma mudança de comportamento no jeito de morar nas cidades. Incorporadoras que investem nesse tipo de projeto acompanham uma tendência que deve se consolidar nos próximos anos: a valorização de espaços que conciliam conforto, sustentabilidade e convivência em meio à natureza.

Fonte original: abrir