
A Guerra dos 7 Erros
<p>A Guerra de Gaza teve sempre erros, nenhum acerto, como era de se esperar. Aliás, encontrar uma guerra que não seja resultado de um erro ou que tenha resolvido algum problema é impossível.</p><p>O confronto teve como princípio deflagrador claros e brutais erros de avaliação dos terroristas do Hamas naquele ataque de 7 de outubro, assassinando mais de 1.200 pessoas, sequestrando mais de 250 pessoas, além de dezenas de cadáveres levados para objeto de futura permuta, o que agora está ocorrendo.</p><p>Julgavam poder vingar as atrocidades cometidas diariamente por israelenses, sob a proteção do governo de Israel, contra os palestinos em Gaza e na Cisjordânia e provar que a tal invulnerabilidade de Israel era falsa, difundindo uma possível fragilidade do Estado judeu e, aproveitando a impopularidade de Netanyahu, acusado de corrupção, disseminar medo no povo, o que levaria a um afastamento deste do Likud, partido da extrema-direita, que mantém o ministro e o atual governo.</p><p>&nbsp;Outro monumental erro foi a tragédia que matou Yitzhak Rabin, grande e notável estadista israelense, vítima do assassinato que comoveu o mundo, atingido por um terrorista israelense, em Tel Aviv.</p><p>Rabin e Yasser Arafat, o líder da OLP, ambos mortos por terroristas, eram signatários do Tratado de Paz de Oslo, que propunha para o Oriente Médio um Estado Palestino convivendo com o judaico, já existente, aprovado na 2ª Assembleia das Nações Unidas, em 1947.</p><p>Mais um erro que mudou o curso da História: a não concretização dessa solução resultou na derrota de <a target="_blank" rel="noopener noreferrer" href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Ehud_Barak">Ehud Barak</a> para Ariel Sharon, da extrema-direita israelense, invertendo o caminho israelense para uma paz duradoura com os palestinos, que guardaram — e guardam até hoje — o ressentimento de terem sido retirados de suas terras para dar lugar ao Estado judaico.</p><p>Outro terrível erro foi o ataque dos militares egípcios durante uma parada que matou o Presidente do Egito Anwar Sadat, no Cairo; este, signatário do Tratado de Paz de Camp David, de 1978, marcou a primeira vez que um Estado árabe reconheceu a existência de Israel, iniciando a atual configuração política do Oriente Médio.</p><p>Pela vingança de Israel decorrente do atentado de 7 de outubro, o povo palestino — sem culpa nenhuma — e os guerrilheiros do Hamas — culpados — pagaram um preço inimaginável em pleno século XXI: 70 mil mortos, destruição quase total de Gaza. E a inadmissível fome usada como arma de guerra, que continua a ceifar vidas num sofrimento que comove o mundo.</p><p>Não bastassem tantos erros, cito mais um como fato histórico: o Estado de Israel levou a sua vingança a um extremo tão cruel que conquistou para o país, com o massacre de um povo tão pobre, o isolamento mundial, acusado de ter um objetivo que jamais será alcançado: a extinção do povo palestino! Estes, desde 1948, vivem sua diáspora (a Nakba), com campos de refugiados na Cisjordânia, na Faixa de Gaza, e em países como Jordânia, Síria e Líbano.</p><p>Marcando mais um erro apontamos o radicalismo iraniano de não reconhecer o Estado de Israel, uma realidade que não retrocede, e a feitura de uma bomba nuclear.</p><p>Em consequência</p><p>a decisão desastrosa, que acarretou centenas de mortes no Irã: o bombardeio da usina nuclear de enriquecimento de urânio de Fordow, sob a alegação de que somente os Estados Unidos possuem armamentos capazes de romper montanhas.</p><p>Abrindo parêntese nessa análise de uma guerra tão distante de nós, lembro que o nosso continente é o único no mundo que não quer — e não tem! — armas nucleares, graças ao acordo firmado por mim e Raúl Alfonsín, por proposta do Brasil, de acabarmos com as pesquisas nucleares para fins bélicos em nossos países e destiná-las somente para a paz e aplicações científicas para a melhoria nas condições de vida da Humanidade. Tenho absoluto orgulho de ter contribuído, ao lado de Alfonsín, para esse benefício.</p><p>Pois no meio de todos esses erros, para surpresa de todos nós, eis que Trump faz uma coisa certa, depois de, aqui para nós, ter feito a grande besteira, uma coisa errada, de taxar o Brasil em 50%. Ele, que foi acusado daquela invasão do Congresso americano, agora, como presidente, atua impedindo o funcionamento do Congresso, brigando com tribunais e provocando retaliações aos Estados governados pelo Partido Democrata, seu adversário.</p><p>Na busca do Prêmio Nobel da Paz, como foi acusado pelos seus opositores, teve uma grande vitória comandando e forçando Israel a aceitar o cessar-fogo, o que sem dúvida alguma foi um gesto louvado e aplaudido por gregos e troianos no mundo inteiro, a começar por nós.</p><p>Esperamos agora que os acertos abram suas
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