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A emocionante história do cachorro que 'paga' sua comida com folhas

27/10/2025 16:07 O Globo - Rio/Política RJ

Em uma rua qualquer da Colômbia, a rotina de um pequeno comércio mudou completamente com a visita de um cliente inesperado. Chester, um cachorrinho conhecido no bairro por seu caráter amistoso, chegou certa manhã com uma folha na boca. Aproximou-se do balcão, deixou a folha sobre a superfície e esperou pacientemente, abanando o rabo, como se aquela folha tivesse valor suficiente para pagar sua compra.
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O dono do estabelecimento, surpreso com a cena, decidiu gravar o momento. Minutos depois, o vídeo já percorria as redes sociais e o nome de Chester se tornava sinônimo de ternura. Milhares de usuários compartilharam a gravação e destacaram a inteligência do cão, que parecia entender as regras básicas de uma troca humana: dar alguma coisa para receber algo em troca.
Quando a astúcia é aprendida pela observação
O gesto de Chester não é único. Anos atrás, um cachorro de rua chamado Negro, em Casanare, protagonizou uma história semelhante. Ele vivia perto de uma escola e passava grande parte do dia junto aos estudantes.
Um dia, observou como eles entregavam dinheiro em uma loja em troca de biscoitos. Pouco depois, apareceu com uma folha entre os dentes, deixou-a sobre o balcão e esperou sua vez. Desde então, “pagava” seus biscoitos com folhas caídas das árvores do local.
Professores e alunos, comovidos com sua esperteza, aceitaram sua “moeda verde” e começaram a cuidar dele. Com o tempo, Negro tornou-se parte da escola e um símbolo de empatia e gratidão. Sua história, assim como a de Chester, demonstra que os animais são capazes de aprender não apenas por instinto, mas também por observação e associação.
A inteligência por trás do gesto
Especialistas em comportamento animal explicam que essas ações não são aleatórias. O cão observa uma ação — pessoas entregando dinheiro para obter comida —, associa-a a uma recompensa e busca replicá-la com os recursos à sua disposição. Ele não entende o valor simbólico do dinheiro, mas entende a relação entre oferecer algo e receber algo em troca.
Esse tipo de aprendizado corresponde ao que o psicólogo canino Stanley Coren define como inteligência adaptativa: a capacidade de um cão de resolver problemas de forma independente e aprender com a experiência.
Pequenos gestos que demonstram a conexão entre humanos e animais
Pixabay
Coren distingue três formas de inteligência em cães: instintiva, que deriva da genética e das funções de cada raça; adaptativa, que lhes permite aprender com o ambiente; e de trabalho e obediência, que se relaciona com a rápida compreensão dos comandos humanos.
Casos como o de Chester refletem essa inteligência adaptativa em sua melhor forma. Não há treinamento ou comandos prévios: apenas curiosidade, observação e a busca natural por recompensa.
Mais do que uma história viral
Embora as redes sociais tenham transformado Chester em uma sensação, seu gesto vai além da anedota. É uma demonstração do vínculo emocional que os animais podem estabelecer com humanos e da capacidade que têm de interpretar nosso comportamento.
A ciência já demonstrou que os cães podem entender expressões, tons de voz e até reconhecer gestos de empatia. Por isso, atos como o de Chester despertam tanta emoção: eles nos lembram que, à sua maneira, os animais também se comunicam, aprendem e expressam afeto.
Em um mundo onde a pressa costuma ofuscar gestos simples, uma folha sobre um balcão bastou para nos lembrar da inteligência, nobreza e ternura daqueles que não precisam de palavras para nos comover.

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