
Vídeo de órfão de feminicídio viraliza e comove no Maranhão
<p><a target="_blank" rel="noopener noreferrer" href="https://imirante.com/sao-luis">SÃO LUÍS</a> – Um vídeo comovente de um menino que perdeu a mãe, vítima de feminicídio em Pedro do Rosário, a cerca de 230 km de São Luís, viralizou nas redes sociais e expôs a dor de quem tem a infância marcada por tragédias familiares. Nas imagens, a criança aparece chorando e desabafa sobre como seria sua vida caso a mãe, Cirani Lopes Ferreira, ainda estivesse viva. “Se ela tivesse viva, eu não tava desse jeito aí... Todo sujo”, diz o menino em um trecho do vídeo que mobilizou milhares de pessoas.&nbsp;</p><p>[media :type="fotolegenda" :ref="805704" :title="Cirani Lopes Ferreira foi morta facadas pelo companheiro, dentro de casa, em 16 de fevereiro. — Foto: Reprodução/TV Mirante" /]</p><p>A mãe foi morta a facadas pelo companheiro, dentro de casa, no dia 16 de fevereiro deste ano. O assassino foi morto em confronto com a polícia logo após o crime. Com a morte da mãe, o menino e o irmão ficaram órfãos.</p><h2>Uma cicatriz que nunca sarou</h2><p>A filha mais velha de Cirani relatou a dor que permanece viva com o passar dos meses. “É uma cicatriz que nunca sarou e cada dia mais que passa, ela só sangra mais. Porque vem a falta, a saudade dela. A gente chega lá e se lembra que ela recebia a gente muito bem, dava aquele carinho, todo o amor para nós. Eu não gosto de ir lá por causa disso, porque chego lá e não vejo ela. Só vejo a cena do que aconteceu com ela. Eu sinto muito a falta dela, muito mesmo”, contou, emocionada.</p><h2>Feminicídio no Maranhão</h2><p>De acordo com dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública do Maranhão (SSP-MA), 42 mulheres foram assassinadas vítimas de feminicídio somente este ano no estado.<br>A maioria das vítimas tinha entre 20 e 39 anos. Por trás desses números, estão crianças e adolescentes que enfrentam traumas profundos com a perda da mãe.</p><p>A psicóloga Renata Costa explica que a ausência materna em casos de violência extrema tem impactos psicológicos duradouros. “Essa violência não se esgota ali com aquela mulher que morreu. Ela reverbera na vida de quem fica — filhos, familiares, crianças e adolescentes em desenvolvimento. Os efeitos psicossociais são devastadores e, muitas vezes, essas crianças não têm acesso à assistência adequada de saúde mental”, afirma.</p><p>Para a profissional, o acompanhamento contínuo, com rede de apoio e terapia, é essencial para que as crianças possam reconstruir suas vidas.</p><h2>Mobilização e solidariedade</h2><p>Após a repercussão do vídeo nas redes sociais, uma mobilização foi organizada para ajudar a família. Com doações recebidas, os familiares de Cirani conseguiram comprar uma casa própria para as crianças.</p><h2>Entidades propõem medidas de apoio</h2><p>Diante do aumento dos casos de feminicídio, autoridades reforçam a importância de dar suporte aos órfãos dessas vítimas. O Ministério Público do Maranhão (MPMA) lançou o projeto <i>“Órfãos do Feminicídio: Sem Desamparo”</i>, que oferece apoio psicológico, jurídico e social às famílias afetadas. “Orientar as famílias para que busquem os seus direitos através do Ministério Público e de advogados parceiros é fundamental. Assim, poderemos melhorar as consequências e combater esse crime terrível que é o feminicídio”, afirmou Danilo de Castro Ferreira, procurador-geral de Justiça do MPMA.</p><p>A partir da comoção gerada pelo caso do menino de Pedro do Rosário, o Governo do Estado do Maranhão enviou à Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão (Alema) uma proposta para criação de um auxílio financeiro para órfãos do feminicídio, em parceria com o Ministério Público.</p><h2>Feminicídio: um problema urgente</h2><p>42 casos registrados no Maranhão em 2025;</p><p>Vítimas majoritariamente entre 20 e 39 anos;</p><p>Crianças e adolescentes ficam sem amparo adequado;</p><p>Projetos buscam garantir apoio psicológico e social.</p>
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