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Tragédia em Gaza: peça em Salvador questiona silêncio no genocídio

05/11/2025 19:02 A Tarde - Política

Em meio aos números de mortos, feridos e desaparecidos que dominam as manchetes sobre Gaza, o espetáculo Cartas para Gaza propõe um outro olhar: o das histórias e rostos por trás das estatísticas. A peça estreia nesta sexta-feira, 7, no Teatro Molière, na Ladeira da Barra, e segue em cartaz todas as sextas-feiras do mês, sempre às 19h30.Com direção de Sérgio Farias e texto de Camilo Fróes, a montagem é uma realização do Grupo TECA Teatro, em parceria com o Grupo Interdisciplinar de Pesquisa e Extensão em Contemporaneidade, Imaginário e Teatralidade (GIPE-CIT), da Escola de Teatro da UFBA, integrando o projeto “1, 2, 3, Salve Todos!”.


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O espetáculo combina documentos e depoimentos reais a cenas criadas a partir de pesquisas e percepções sobre os acontecimentos recentes na Palestina. O objetivo do espetáculo é denunciar, informar e sensibilizar o público diante da destruição da infraestrutura local, do genocídio em curso e do sofrimento do povo palestino.“Vamos apresentar uma peça de teatro para o público, mas também abordar um tema que é considerado, não só por nós do elenco e do grupo, mas por muitas pessoas, como algo urgente: o genocídio na Faixa de Gaza, promovido pelo Estado de Israel”, afirma o diretor Sérgio Farias.A dramaturgia de Cartas de Gaza se constrói sobre um mosaico de referências. O texto parte do artigo “As Arabs See the Jews” (“Como os árabes veem os judeus”, em tradução livre), escrito em 1947 pelo rei Abdullah, da Jordânia; do livro Sumud em tempos de genocídio, publicado em 2024 pela psiquiatra palestina Samah Jabr; e de trechos dos Monólogos de Gaza, cartas escritas em 2010 por adolescentes do Ashtar Theatre Palestine. Somam-se ainda ao material o noticiário atual e relatórios da Organização das Nações Unidas (ONU).O resultado é uma colagem de cenas e reflexões sobre o arcabouço ideológico que sustenta a violência e a desumanização vividas pelo povo palestino. Segundo o diretor Sérgio Farias, a inspiração inicial do espetáculo veio justamente dos depoimentos desses jovens palestinos do Ashtar Theatre.“Em 2009, houve uma grande ofensiva de Israel sobre Gaza, sob o pretexto de combater os chamados terroristas, termo usado para qualquer pessoa que enfrenta o domínio sionista. No final de 2008 e início de 2009, uma série de bombardeios devastou o território, e os adolescentes que participavam das oficinas de teatro passaram a relatar suas experiências durante esses ataques”, explica.As entrevistas com os estudantes, jovens de 14 a 16 anos, deram origem a relatos comoventes sobre “bombardeios caindo como uma chuva”, “a noite com suas inquietações” e “tudo em Gaza chora”. Essas cartas aparecem na montagem intercaladas com cenas que tratam de outros aspectos do conflito no Oriente Médio.A composição do texto do espetáculo ficou a cargo de Camilo Fróes, responsável por criar a linha condutora que amarra os diferentes materiais. Além de ator, é graduado em Ciências Sociais na Ufba e estudioso das questões pertinentes ao Or

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