
Tarifaço: saiba o que estará na mesa de negociações entre Brasil e EUA
Encontro pode significar uma retomada nas relações amistosas entre as duas nações.
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Brasil e EUA sentarão à mesa para iniciar as negociações sobre o tarifaço imposto pelo presidente norte-americano, Donald Trump, sobre produtos brasileiros. A reunião entre o chanceler Mauro Vieira e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, será nesta quinta-feira (16/10), como confirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).O encontro pode significar uma retomada nas relações amistosas entre as duas nações, abaladas desde que Trump anunciou, em julho, que as exportações de produtos do Brasil para os Estados Unidos seriam taxadas em 50%.Com essa taxa, o Brasil se tornou o país com as tarifas mais altas do mundo, aplicadas pelos EUA, entre as 22 estipuladas por Trump.Trump, tarifas e o BrasilTrump tem ameaçado o mundo com a imposição de tarifas comerciais, desde o início do mandato, e tem dado atenção especial ao grupo do Brics e ao Brasil.O presidente norte-americano chegou a ameaçar taxas de 100% aos países-membros do bloco que não se curvarem aos “interesses comerciais dos EUA”.Após sair em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Trump ameaçou aumentar as tarifas sobre exportações brasileiras.O líder norte-americano alegou que o Brasil não está “sendo bom” para os EUA.A taxa de 50% imposta por Trump entrou em vigor em 1º de agosto e é cobrada separadamente de tarifas setoriais, como as que já atingem o aço e alumínio brasileiros.Em abril deste ano, o Brasil já havia sido atingido pelo tarifaço de Trump e teve os produtos taxados em 10%, inicialmente.O Metrópoles explica o que estará em jogo na mesa de negociações entre brasileiros e norte-americanos.Setores mais afetadosEntre os setores da economia mais afetados, estão aqueles com maior exposição ao mercado norte-americano e que dependem de margens competitivas, como o agronegócio e a indústria. Alguns exemplos:AgronegócioCafé: os EUA são o principal destino do café brasileiro.Carne bovina: os EUA são o segundo maior mercado, com mais de 500 mil toneladas exportadas em 2024.Suco de laranja: quase metade das exportações brasileiras vai para os EUA.Indústria:Aeronaves: a Embraer é fortemente dependente do mercado americano.Autopeças e máquinas: produtos de maior valor agregado que perdem competitividade com tarifas elevadas.Petróleo e derivados: lideram a pauta de exportações, com mais de US$ 2 bilhões em 2025.Mineração e petróleoO minério de ferro é uma das maiores fontes de receita do Brasil e a perda de competitividade nos EUA pode gerar efeito cascata em toda a cadeia de mineração nacional.O petróleo, especialmente o exportado a partir do Rio de Janeiro, também será afetado, uma vez que, apesar de ser uma commodity com preço internacional, as tarifas encarecem o produto final para o importador americano, o que pode levá-lo a buscar outros fornecedores.Veja a matéria completa em Metrópoles
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