Sistema antimíssil e 300 militares: o poder do navio dos EUA no centro da crise com a Venezuela
A Venezuela anunciou nesta terça-feira ter desmantelado uma suposta célula criminosa vinculada à CIA, que, segundo o governo de Nicolás Maduro, planejava atacar o navio de guerra norte-americano USS Gravely, ancorado em Trinidad e Tobago, para incriminar Caracas e justificar uma ofensiva militar dos Estados Unidos.
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O ministro do Interior, Diosdado Cabello, informou que quatro pessoas foram presas durante a operação. Um dia antes, o governo venezuelano havia anunciado a captura de um “grupo de mercenários” e classificou a presença militar dos EUA na região como “provocação hostil”.
Segundo ele, o governo venezuelano comunicou oficialmente às autoridades de Trinidad e Tobago a existência de uma suposta “operação de bandeira falsa” — um ataque ao destróier americano que seria atribuído à Venezuela.
As declarações elevam ainda mais a tensão entre Caracas e Washington, que atingiu novo pico neste mês após o presidente americano, Donald Trump, confirmar a existência de operações secretas da CIA no país sul-americano. Trump também afirmou publicamente ter autorizado ações terrestres contra grupos ligados ao tráfico de drogas na região, dentro de uma ofensiva que já provocou 43 mortes no Caribe e no Pacífico.
Washington vem reforçando sua presença militar no entorno da Venezuela, na maior concentração de forças na região desde a invasão do Panamá, em 1989. Recentemente, o Pentágono enviou o destróier USS Gravely, equipado com mísseis Tomahawk, para Trinidad e Tobago — a menos de 10 quilômetros da costa venezuelana.
O poder do USS Gravely
O USS Gravely pertence a uma das classes mais versáteis e temidas da frota americana. Com 9,2 mil toneladas, 155 metros de comprimento e 20 metros de largura, o contratorpedeiro pode abrigar cerca de 300 oficiais, além de contar com dois hangares para helicópteros MH-60 Seahawk.
O navio é equipado com o sistema de defesa Aegis, um complexo conjunto de sensores, radares, softwares e lançadores automáticos de mísseis que permite detectar e neutralizar ameaças simultaneamente por ar, mar e subsuperfície. O nome “Aegis” vem do escudo mitológico que protegia Zeus.
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Entre os armamentos, o USS Gravely conta com mísseis Tomahawk (de ataque a longo alcance), mísseis antiaéreos e antissubmarino, além de sistemas de defesa antimíssil capazes de interceptar projéteis balísticos. O destróier pode atingir velocidades de até 30 nós (56 km/h) e operar em missões de ataque, defesa e escolta naval.
A embarcação também possui um sistema de filtragem de ar que protege a tripulação de ataques químicos, biológicos e radioativos — recurso incorporado após os conflitos do Golfo e mantido em toda a frota da classe Arleigh Burke.
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