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Saúde mental e instabilidade emocional dos trabalhadores em tempos de incerteza econômica

27/10/2025 18:39 GazetaWeb - Política

Saúde mental e instabilidade emocional dos trabalhadores em tempos de incerteza econômica.


Arquivo pessoal








Vivemos em uma era marcada por incertezas que se acumulam e intensificam os desafios no ambiente de trabalho. Nos últimos cinco anos, por exemplo, enfrentamos a tragédia da Covid-19, que elevou o índice de desemprego a quase 15%. Passamos por mudanças de governo, estamos presenciamos guerras, o avanço das inteligências artificiais, a alta no custo de vida e, agora, o impacto das tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Desde agosto de 2024, quando as tarifas entraram em vigor, os números revelam uma realidade preocupante: as exportações brasileiras para os EUA caíram 18,5%, gerando um déficit comercial de US$ 3,48 bilhões. Mais preocupante ainda são os impactos diretos no emprego: somente no Paraná, mais de 3.100 trabalhadores foram afetados, com empresas como a BrasPine demitindo 400 funcionários e colocando outros 1.100 em layoff. A Realidade das demissões e o medo coletivo Os dados são contundentes e geram um ambiente de terror psicológico nas empresas. No Rio Grande do Sul, responsável por 48% das exportações brasileiras de calçados, 73% das empresas do setor tiveram redução de faturamento, 60% sofreram cancelamento de pedidos e 60% enfrentaram paralisação nas negociações. Segundo uma pesquisa Quaest realizada em agosto, 77% dos brasileiros acreditam que as tarifas prejudicarão suas vidas, e 64% esperam aumento nos preços dos alimentos. Esse cenário de incerteza, somado aos eventos dos últimos anos, cria um ambiente de instabilidade que, segundo pesquisa do Meditcorp, provoca medo em 21% dos trabalhadores em relação à demissão e em 27% sobre a situação econômica. O impacto na saúde mental: números alarmantes A situação se agrava quando observamos que muitos profissionais já não veem sentido em suas atividades e outros não querem permanecer em ambientes tóxicos, preferindo inclusive a demissão. O acúmulo de tantas instabilidades, provoca insegurança, receios e medo, impactando diretamente o clima organizacional e saúde mental dos profissionais. As queixas mais frequentes são relacionadas à má gestão (53% dos relatos), à falta de oportunidades de crescimento (43%) e ao aumento da carga de trabalho (43%). As consequências são sérias: segundo dados do Ministério da Previdência Social, em 2024 foram registrados 472 mil afastamentos por transtornos mentais - um aumento de 68% em comparação com o ano anterior, sendo os diagnósticos mais comuns relacionados à depressão e ansiedade. Construindo ambientes emocionalmente segurosDiante dessa realidade, as empresas precisam assumir um papel ainda mais ativo na construção de ambientes emocionalmente seguros. Quando as organizações compreendem que as emoções fazem parte da estratégia, elas criam espaços onde os colaboradores sentem segurança e confiança, mesmo em momentos de crise. Gostaria de listar algumas atitudes fundamentais que podem ajudar a preservar um ambiente de segurança psicológica: * Abrir espaço para uma escuta verdadeira,* Comunicar com transparência,* Investir em desenvolvimento contínuo,* Valorizar conquistas e* Preparar líderes para atuarem com empatia e coragem. O Modelo ACTION em tempos de tarifaço A comunicação em momentos de crise é imprescindível para a criação de um ambiente favorável. Para torná-la mais eficiente, você pode utilizar, o modelo ACTION, desenvolvido pela Ação Consultoria: ALERT - Reconhecer com cuidado a realidade, escutar ativamente e chamar atenção para o que realmente importa: "Todos sabemos que as tarifas de 50% dos EUA estão impactando nosso setor e afetando muitas empresas no Brasil. CONSCIENCE - Transformar medo em compreensão: "As tarifas afetam diretamente nossos custos de exportação e consequentemente, nossa vantagem competitiva no mercado." TRANSLATE - Conectar à rotina e reforçar o senso de realidade. A insegurança pode provocar erros, por isso a comunicação deve esclarecer o cenário com responsabilidade: " Estamos monitorando empresas que conseguiram se adaptar, como aquelas que redirecionaram vendas para a China ou México e assim reduziram os impactos." IMPROVEMENT - A proposta é abrir espaço para sugestões, protagonismo e busca por soluções. Em vez de apenas apontar problemas, a comunicação deve estimular a construção conjunta. Uma possível abordagem, seria: " Isso significa que precisaremos analisar nossas prioridades, rever alguns projetos, ajustar nossos custos e buscar novos mercados. Também temos a opção de buscar algum crédito para este momento. ON - Ação concreta. Conecta a comunicação a um pedido, à prática, com propostas concretas que mobilizam a equipe: "Neste momento, proponho que cada área faça uma análise minuciosa para redução de custos e eliminação completa de desperdícios. Peço também que apresentem nos próximos 10 dias, sugestões para ganharmos eficiência em nossa produção. Nossa área comercial já está em cont

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