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Retrofit ganha protagonismo como alternativa sustentável

09/11/2025 03:01 O Globo - Rio/Política RJ

Ponto de equilíbrio entre a demolição total e a simples preservação de prédios antigos, o retrofit é uma das soluções mais sustentáveis no cenário imobiliário atual. A técnica permite reduzir em até 80% o uso de materiais que seriam empregados em uma construção do zero, além de cortar pela metade as emissões de gases de efeito estufa geradas durante a obra.
E os benefícios não param por aí. O retrofit possibilita que velhos edifícios recebam tecnologias sustentáveis que sequer eram imaginadas quando eles foram projetados. Sistemas de reaproveitamento de água da chuva, painéis solares e equipamentos de climatização com baixo consumo energético são alguns exemplos de inovações que podem ser incorporadas, tornando essas construções muito mais preparadas para os desafios impostos hoje pelas mudanças climáticas.
— O retrofit é uma prática muito mais sustentável que as construções chamadas de greenfield. A técnica permite o reaproveitamento de estruturas, vedações, paredes e divisões dos imóveis, além de reduzir o deslocamento de caminhões e o tempo de execução da obra. O nível de emissão de gases e de produção de resíduos acaba sendo muito menor também — afirma o presidente do SindusconRio, Claudio Hermolin.
O sócio-diretor da Inti Empreendimentos, André Kiffer, vai ainda mais longe ao destacar que o retrofit não só diminui a pegada de carbono — em sintonia com o que é apontado pelo presidente do Sinduscon —, mas também transforma o ambiente ao redor, durante e após a obra. Prova disso é o antigo prédio da Mesbla, no Passeio Público: após a conclusão da etapa de demolições internas, a incorporadora inicia agora o processo de revitalização e retrofit que dará origem ao residencial batizado de Ora.
— Ao contrário de uma construção erguida do zero, o retrofit gera menos impacto sonoro, já que dispensa grandes obras de fundação e reduz drasticamente o vaivem de caminhões. O efeito positivo no entorno é imediato. Em geral, são imóveis degradados que, muitas vezes, colocam a segurança em risco. Quando esse tipo de edifício é recuperado, devolve vida não só à construção, como também qualifica toda a área ao redor — ressalta Kiffer.
IDENTIDADE URBANA
Um exemplo é o First, um retrofit da Fator Realty, no Humaitá, que terá 157 estúdios. Antes ocupado pela Rio Urbe, o prédio passa por um processo de revitalização e modernização que trará novos ares para o bairro.
— A técnica representa uma estratégia eficaz de sustentabilidade, já que reabilitar uma edificação pode reduzir em até 50% as emissões de carbono, em comparação à construção de um prédio novo. Além disso, preserva o patrimônio e a identidade urbana, alinhando a história com a funcionalidade e a contemporaneidade — pontua o CEO da incorporadora, Vasco Rodrigues.
Responsável por um dos retrofits mais comemorados da cidade, o do Edifício A Noite, na Praça Mauá, o CEO da Azo Inc, José de Albuquerque, é incisivo ao defender a importância da revitalização dos prédios mais antigos. Para ele, a técnica proporciona vida nova a estruturas icônicas, preservando a memória da cidade e reduzindo a necessidade de expansão para novas áreas, o que é um pilar fundamental da sustentabilidade urbana.
— Estamos devolvendo à cidade um patrimônio que estava fechado havia décadas, transformando o Edifício A Noite novamente em um espaço vivo e produtivo. Essa reocupação contribui para revitalizar o Centro do Rio, estimulando a economia local, o comércio e o adensamento habitacional, que é uma das principais metas das cidades sustentáveis contemporâneas — pontua.

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