
Por que o público fica tão fascinado por vilãs como Odete Roitman?
<p>BRASIL - Mais de três décadas depois da primeira exibição,&nbsp;“Vale Tudo” voltou a movimentar o público com o&nbsp;<a target="_blank" rel="noopener noreferrer" href="https://imirante.com/entretenimento/sao-luis/2025/10/03/vale-tudo-quem-matou-odete-roitman-na-versao-original-e-o-novo-misterio-que-vem-ai">mistério da morte de Odete Roitman</a>. Em 1988, o assassinato da vilã paralisou o Brasil. Em 2025, o remake da novela reacendeu o debate sobre a personagem que se tornou um símbolo da teledramaturgia nacional.</p><p><strong>Leia também:</strong> <a target="_blank" rel="noopener noreferrer" href="https://imirante.com/entretenimento/brasil/2025/10/11/quem-matou-o-misterio-que-virou-formula-de-sucesso-nas-novelas"><strong>“Quem matou?”: o mistério que virou fórmula de sucesso nas novelas</strong></a></p><p>Odete é descrita como&nbsp;a vilã das vilãs: despreza a filha doente, humilha os mais pobres e tem um desprezo explícito por tudo que considera “brasileiro”. Mesmo assim, é tratada como uma verdadeira celebridade.</p><p>Outra personagem que continua a despertar emoções intensas é&nbsp;Maria de Fátima, interpretada por&nbsp;Bella Campos na nova versão. Ambiciosa, ela faz de tudo para subir na vida: vende a casa da mãe, mente, manipula e seduz por interesse. O público, no entanto, demonstra afeição, os&nbsp;“Fatymores”, como se autodenominam, formam uma legião de fãs que enche as redes sociais com homenagens à personagem.</p><h3>O legado de Odete Roitman</h3><p>De acordo com o especialista em teledramaturgia&nbsp;Nilson Xavier, a&nbsp;primeira versão de “Vale Tudo” redefiniu o conceito de vilania na TV brasileira. “Antes de Odete, as vilãs eram apenas temidas. Depois dela, passaram a ser fascinantes”, explicou em entrevista ao g1.</p><p>A influência de Odete se espalhou pelas décadas seguintes, inspirando personagens como&nbsp;Altiva em&nbsp;A Indomada,&nbsp;Branca em&nbsp;Por Amor,&nbsp;Flora,&nbsp;Nazaré,&nbsp;Carminha e tantas outras. A partir delas, o público passou a esperar&nbsp;vilãs carismáticas, cheias de humor e frases marcantes.</p><p>Nilson também lembra que o&nbsp;humor é um ingrediente essencial nesse tipo de personagem. “Carminha era engraçada. O Marco Aurélio, de&nbsp;Vale Tudo, também é cômico, mesmo quando humilha os outros. Esse contraste cria empatia.”</p><p>Outros exemplos, como&nbsp;Félix (Mateus Solano) em&nbsp;Amor à Vida, mostram que o público pode se apegar até mesmo aos personagens mais controversos, justamente pela mistura entre maldade e humanidade. E como falar de Avenida Brasil sem lembrar da espirituosa (e criminosa) Carminha?&nbsp;</p><h3>Fátima: vilã, vítima ou apenas ambiciosa?</h3><p>A atriz&nbsp;Bella Campos contou ao site&nbsp;Omelete que não vê Maria de Fátima como uma vilã, mas como uma&nbsp;jovem influenciada pela era digital, que busca ascensão e reconhecimento. “É por isso que tanta gente se identifica com ela”, disse.</p><p>Na versão original,&nbsp;Glória Pires também já havia afirmado que sua personagem era “amoral”, mas não necessariamente má. “Ela queria subir na vida custasse o que custasse, mas tinha dor e consciência”, contou em entrevista ao&nbsp;Memória Globo.</p><p>Nilson Xavier reforça que Fátima é&nbsp;antagonista, não vilã. “A premissa de&nbsp;Vale Tudo é moral: vale a pena ser honesto no Brasil? O conflito entre mãe e filha traduz essa dúvida”, analisa.</p><p>O pesquisador&nbsp;Mauro Alencar, autor de&nbsp;A Hollywood Brasileira – Panorama da Telenovela no Brasil, acrescenta que a Fátima atual reflete a&nbsp;nova geração de jovens brasileiros, ambiciosos, mas emocionalmente fragmentados. “Ela é uma vítima de um mundo que valoriza o glamour acima de tudo.”</p><h3>O fascínio pela vilania</h3><p>O encanto que personagens como Odete e Fátima despertam não se limita às novelas. Segundo Mauro Alencar,&nbsp;a vilania é uma catarse psicológica. “Os vilões sempre fascinaram. É assim desde os contos dos Irmãos Grimm até as animações da Disney.”</p><p>Esses personagens, mesmo cometendo atrocidades,&nbsp;permitem ao público experimentar emoções reprimidas, projetar desejos e viver, de forma segura, o que seria inaceitável na vida real.</p><p>Não se trata de defender suas atitudes, mas de reconhecer que elas revelam&nbsp;aspectos profundos da sociedade e do comportamento humano. Em&nbsp;Vale Tudo, tanto Odete quanto Fátima representam conflitos morais e sociais que continuam atuais: poder, desigualdade, ambição e ética.</p><p>Décadas depois, o mistério de&nbsp;quem matou Odete Roitman segue intri
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