
PM diz que confronto com indígenas teve armas apreendidas e viatura danificada
A PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul) se pronunciou sobre o novo embate entre a corporação e indígenas ocorrido nesta sexta-feira (17), nos limites da Fazenda Ipuitã, no município de Caarapó. De acordo com a PM, a operação foi desencadeada após o registro de um boletim de ocorrência relatando que um grupo de indígenas estaria armado, ocupando a área e impedindo o acesso de funcionários. Sem apresentar registros do que foi apreendido ou dos danos causados, a PM informou que um grupo de indígenas investiu contra as guarnições, danificando diversas viaturas. “Para conter os ataques e preservar a integridade de todos os envolvidos, os policiais fizeram uso de meios não letais, como agentes químicos e elastômeros, conforme os protocolos operacionais da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul”, diz a nota da corporação. A PM acrescentou ainda que, “ao término da ação, duas armas de fogo que estavam em poder dos indígenas foram apreendidas”. O MPI (Ministério dos Povos Indígenas) também informou, em nota, que, por meio do DEMED (Departamento de Mediação e Conciliação de Conflitos Fundiários Indígenas), juntamente com a Funai, acompanha a situação de conflito ocorrida em Caarapó. “O MPI está em contato com lideranças locais para assegurar o registro de denúncias, o mapeamento dos impactos e a proposição de soluções eficazes. Repudiamos qualquer ato de violência contra os indígenas e estamos acionando os órgãos responsáveis para garantir a segurança das comunidades”, diz a nota do ministério. Conflito – Nesta sexta-feira (17), em Caarapó, indígenas denunciaram novos confrontos com a polícia em uma área que, há um mês, é palco de reivindicação pela demarcação das terras da comunidade da TI (Terra Indígena) Guyraroká. No dia 25 de setembro, o governador Eduardo Riedel e o secretário-executivo do MPI, Eloy Terena, se reuniram em Campo Grande para estabelecer medidas de pacificação em áreas de conflito, mas o problema segue sem solução. Vídeos gravados por indígenas e divulgados hoje nas redes sociais do Cimi (Conselho Indigenista Missionário) e da Aty Guasu mostram policiais do Batalhão de Choque, com escudos, protegendo a passagem de um trator de esteira usado para derrubar os barracos montados na fazenda. As construções precárias foram queimadas. Outras gravações mostram viaturas espalhadas no entorno da área. A indígena que fez o vídeo relata ter sido atingida por balas de borracha na cabeça, no peito e na perna. A área da fazenda está sobreposta à TI identificada e delimitada em 2011. O ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), suspendeu o procedimento administrativo naquele mesmo ano, mas a comunidade recorreu à própria Corte, e o processo ainda aguarda julgamento.
Fonte original: abrir