Planalto estuda reação após Motta escolher Derrite para relatar PL antifacção e entregar à direita tema de campanha de 2026
O Palácio do Planalto estuda reação à decisão do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), de entregar a relatoria do projeto de lei antifacção, de autoria do governo Lula (PT), ao secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite (PP-SP).
Entre as alternativas estudadas pelo Planalto está o bloqueio temporário do pagamento de emendas.
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Derrite é secretário de Segurança Pública do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), apontado em pesquisas como um dos principais nomes da direita para disputar a Presidência contra Lula em 2026.
Como a segurança pública é uma das principais preocupações do eleitor, segundo levantamento da Quaest, o Planalto vê na decisão de Motta uma entrega dessa pauta à oposição.
Na sexta-feira (7), logo após assumir a relatoria, Derrite apresentou um substitutivo que propõe equiparar o crime organizado ao terrorismo — proposta alinhada ao discurso de governadores de direita, como Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro, após a megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha contra o Comando Vermelho.
Para interlocutores do Planalto, ao escolher Derrite, Motta buscou se aproximar da oposição e reforçar seu capital político de olho na reeleição à presidência da Câmara em 2026.
A avaliação no governo é que o gesto ocorre após uma sequência de vitórias do Planalto no Congresso — como a aprovação da ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda, promessa de campanha de Lula — e no momento em que pautas da oposição, como a anistia aos réus dos atos golpistas, perderam força.
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