Papa critica incursão dos EUA próxima à Venezuela: 'Aumenta as tensões'
O papa Leão XIV criticou nesta terça-feira o envio de forças americanas ao Caribe, sem mencionar o presidente Donald Trump, e afirmou que "com a violência não ganhamos". O presidente Donald Trump ordenou um amplo destacamento militar na região nas últimas semanas, e as forças americanas realizaram diversos ataques contra supostas embarcações de narcotraficantes, nos quais dezenas de pessoas morreram.
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Em resposta à pergunta de um jornalista ao sair de sua residência secundária em Castel Gandolfo, Leão XIV afirmou que um país tem o direito de manter militares para "defender a paz".
"Mas neste caso parece um pouco diferente. Isso aumenta as tensões", declarou o papa de 70 anos, referindo-se aos relatos sobre embarcações americanas "cada vez mais próximas da costa da Venezuela". "Com a violência não ganhamos. O que é preciso fazer é buscar o diálogo", acrescentou o pontífice americano.
Trump afirmou que não planeja ataques contra a Venezuela, onde o presidente Nicolás Maduro - acusado nos Estados Unidos por crimes relacionados ao narcotráfico - alega que o republicano quer impor uma "mudança de regime" para se apoderar do petróleo venezuelano. Ao papa, nascido em Chicago, também foi perguntado sobre os imigrantes detidos em sua cidade natal, um dos principais alvos da campanha de Trump contra a imigração.
"Jesus diz muito claramente que, no fim do mundo, seremos questionados sobre como recebemos o estrangeiro, se o acolhemos e lhe demos boas-vindas ou não", afirmou o pontífice. "Acho que é preciso refletir profundamente sobre o que está acontecendo. Muitas pessoas que viveram por anos e anos sem nunca causar problemas foram profundamente afetadas pelo que ocorre agora", observou.
Em setembro, Leão XIV, ex-missionário no Peru, já havia criticado o que classificou como "tratamento desumano" dado aos imigrantes nos Estados Unidos.
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