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Operação no Rio vira motivo de bate-boca no Congresso: esquerda ataca Castro e direita mira em Lula

28/10/2025 20:10 O Globo - Rio/Política RJ

A megaoperação no Rio de Janeiro, que até a tarde desta terça-feira tinha contabilizado 64 mortes e 81 presos, repercutiu no Congresso Nacional. O tema gerou um bate-boca entre os deputados Talíria Petrone (PSOL-RJ), Gilvan da Federal (PL-ES) e Paulo e Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP) durante sessão da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado. Nas redes sociais, parlamentares de esquerda usaram o acontecimento para criticar o governador do estado Cláudio Castro (PL), apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro. Já na direita, além de publicações comemorando os resultados da ação, políticos também criticaram as ações no campo da segurança pública do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A deputada federal Talíria Petrone compartilhou no X o momento que discutiu com dois políticos bolsonarias. Segundo ela, o desentendimento aconteceu por ter o microfone cortado no momento que foi se solidarizar com as vítimas da operação.
"(...) Além de comemorarem as mais de 60 mortes na operação de hoje, eles cortaram o microfone dos deputados que como eu e o @pastorhenriquev, estávamos nos solidarizando com as famílias dos mortos, inclusive dos policiais que perderam a vida", escreveu a parlamentar.
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Já a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) afirmou que a operação desta terça-feira foi a "mais mais letal e desastrosa da história do estado" e acusou o governador de "escolher o caminho da truculência".
"É possível combater o crime sem dar um tiro. Mas o governador bolsonarista do Rio, Claudio Castro, escolheu o caminho da truculência, da incompetência e do despreparo, na operação policial mais letal e desastrosa da história do estado: ao menos 64 mortos! Entre eles, quatro policiais. Agora, a cidade sofre com a retaliação dos criminosos, que fecharam diversas vias importantes, e o governo de Castro tem se mostrado novamente incapaz. Um dia muito triste para o Rio de Janeiro. Os responsáveis por este desastre precisam ser responsabilizados!", escreveu.
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Na direita, parlamentares usaram a declaração de Castro sobre o pedido negado pelo governo federal para uso de blindados das Forças Armadas na ação como munição para atacar o presidente Lula. O senador Flávio Bolsonaro disse que isso mostra que o estado fluminense foi abandonado pelo mandatário.
"Lula abandonou o Rio de Janeiro e os policiais que estão na linha de frente nessa guerra!", escreveu.
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Já o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) relembrou declaração polêmica do petista na última sexta-feira, na Indonésia, quando afirmou que o combate ao tráfico de drogas passa também por medidas voltadas aos usuários dos entorpecentes, os quais classificou como "responsáveis" pelos traficantes.
PEC da Segurança
Políticos de esquerda também usaram a ação policial para cobrar um posicionamento de Castro sobre a PEC da Segurança, enviada ao Congresso em abril, propõe alterações na Constituição que ampliam o papel da União na elaboração de políticas de segurança. o governador Cláudio Castro foi um dos político que contestaram as propostas apresentadas pelo texto.
A ministra de Secretaria de Relações Institucionais do Brasil, Gleisi Hoffmann, afirmou que a ação no Rio mostrou a necessidade de as operação sejam precedidas de um trabalho de inteligência, o que ela garante que seria resolvido com a PEC.
"Os violentos episódios desta terça-feira no Rio, com dezenas de mortes, inclusive de policiais, boqueio de rodovias e ameaças à população, ressaltam a urgência do debate e aprovação da PEC da Segurança Pública no Congresso Nacional. Ficou mais uma vez evidente a necessidade de articulação entre forças de segurança no combate ao crime organizado", escreveu.
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O posicionamento foi o mesmo do deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), que aproveitou para criticar a falta de articulação do governo do estado do Rio de Janeiro com o Ministério da Justiça.
"Com a PEC da Segurança, a Polícia Federal teria garantida sua atuação em ações contra organizações criminosas e milícias privadas que tenham repercussão interestadual ou internacional. Essa operação deveria ter sido planejada e dialogada com o ministro da Justiça para uma atuação conjunta e coordenada", escreveu.
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Também favorável à PEC da Segurança, o deputado federal Túlio Gadelha lembrou o posicionamento de Castro quando a proposta foi apresentada ao Congresso.
"Como assim? O governador do Rio, o bolsonarista Cláudio Castro, que foi contra a PEC da Segurança, que integrava as polícias, agora, se queixa da falta de integração das polícias! Sinceramente, essa turma só cresce na cabeça dos desinformados!", publicou.
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