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Morre Francisco Pinto Balsemão, ex-primeiro-ministro de Portugal

21/10/2025 23:18 O Globo - Rio/Política RJ

Morreu nesta terça-feira, aos 88 anos, o ex-primeiro-ministro de Portugal Francisco Pinto Balsemão, fundador do Partido Social Democrata (PSD) e do Grupo Impresa, dono do canal de TV SIC e do jornal Expresso. Segundo comunicado do grupo, Pinto Balsemão morreu de causas naturais, acrescentando que "os seus últimos momentos foram acompanhados pela família".
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Figura ilustre da política portuguesa, o ex-primeiro-ministro (1981-1983) foi condecorado com a Grã-Cruz da Ordem de Camões em 1º de setembro pelo presidente Marcelo Rebelo de Sousa, mesmo dia em que comemorou o 88º aniversário, por "serviços relevantes para a conservação dos laços das comunidades portuguesas com Portugal".
O presidente se manifestou sobre a morte de Pinto Balsemão, chamando-o de "uma das personalidades mais marcantes dos últimos 60 anos" na "política, na sociedade, na afirmação da liberdade de expressão e de imprensa".
Em declarações aos jornalistas, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, também do PSD, recordou a vida e o percurso de Pinto Balsemão, acrescentando que decretará luto nacional no dia das cerimônias fúnebres. A data ainda não foi tornada pública.
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— Naturalmente, prestamos já uma profunda, justa e calorosa homenagem àquele que é o símbolo da nossa formação, dos nossos valores e instrumento de intervenção no nosso país — disse Montenegro.
Nascido em Lisboa em 1937, Pinto Balsemão era de família com tradição empresarial da alta burguesia. Formou-se em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, mas o envolvimento com o jornalismo começou desde cedo, quando cumpriu serviço militar na Força Aérea Portuguesa entre 1961 e 1963. Durante esse período, Pinto Balsemão foi chefe de redação da revista oficial da instituição, a Mais Alto.
Entre 1963 e 1971, trabalhou no jornal Diário Popular, e, posteriormente, em 1973, fundou o semanário Expresso, que se tornou num dos mais prestigiados títulos da imprensa portuguesa. Anos mais tarde, em 1992, impulsionou o lançamento da estação de televisão privada SIC (Sociedade Independente de Comunicação), o primeiro canal desse tipo no país e um dos mais assistidos até os dias de hoje.
Na política, Pinto Balsemão desempenhou um papel relevante logo após a Revolução dos Cravos, que derrubou a ditadura salazarista em 1974, sendo um dos fundadores do PSD, ao lado de Francisco Sá Carneiro e Joaquim Magalhães Mota.
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Tornou-se deputado na Assembleia Constituinte em 1975, depois vice-presidente da mesma, e integrou a comissão que elaborou a Lei da Imprensa de 1975. No ano de 1980, tornou-se ministro de Estado Adjunto, e após a morte do primeiro-ministro Sá Carneiro, Pinto Balsemão assumiu o cargo, ocupando-o de janeiro de 1981 a junho de 1983.
Foi no seu governo que Portugal iniciava o processo para integração na então Comunidade Econômica Europeia (CEE), que originou a União Europeia (UE) dos dias de hoje. Também esteve envolvido na revisão constitucional de 1982 durante o período.
Após deixar o governo, Pinto Balsemão manteve-se ativo no setor acadêmico e empresarial, tornando-se professor associado na Universidade Nova de Lisboa entre 1987 e 2002. Na carreira empresarial, enquanto presidente do grupo editorial Impresa , ampliou os investimentos em televisão, jornal impresso e digital.

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