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Médicos de UPAs denunciam falta de medicamentos, insumos e exames na Capital

13/10/2025 23:36 Campo Grande News - Política

Médicos da rede municipal de saúde denunciaram a falta de medicamentos, insumos e exames em Campo Grande. Os profissionais, que preferiram não se identificar por questões de segurança, relataram que a escassez de remédios é uma realidade na Capital há mais de um ano e que, nos últimos meses, a situação tem se agravado. Os profissionais que atuam em UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) da cidade informaram que receberam mensagens alertando para a falta de medicamentos essenciais, como a ceftriaxona, antibiótico fundamental no tratamento de diversas infecções e determinante para salvar vidas quando administrado precocemente. “Um quadro infeccioso grave pode ter origem em vários focos: uma inflamação da vesícula, uma pancreatite infecciosa ou uma pneumonia grave. Independentemente do caso, é necessário seguir o protocolo de primeira hora, que prevê intervenção imediata e é fundamental para reduzir a mortalidade. Um dos antibióticos endovenosos mais usados nesses casos, que atua contra uma ampla variedade de bactérias, é justamente a ceftriaxona, essencial para o manejo dessas situações”, explicou um dos médicos. Além do antibiótico, as unidades enfrentam falta de outros medicamentos, insumos e exames laboratoriais. Um profissional relatou que foi recomendado encaminhar pacientes com suspeita de infarto agudo do miocárdio, pancreatite ou insuficiência renal aguda a outros hospitais, por não haver exames complementares disponíveis nas UPAs. Em outro comunicado, os servidores foram informados de que exames como amilase, creatinina, gama-GT, imunológicos e hormonais, sódio, potássio, troponina e colesterol (frações) não estão sendo realizados no momento, sem previsão de retorno. Um dos médicos afirmou ainda ter presenciado a falta de dexametasona, omeprazol endovenoso, fios de sutura e clorexidina. “Em alguns momentos, chegamos a improvisar com álcool 70%, totalmente inadequado para o contexto de urgência e emergência”, relatou. No dia 30 de setembro, uma mensagem listou os medicamentos em falta em uma das unidades da Capital, sendo eles: amoxicilina 500 + 125; amoxicilina 250 + 62,5 ml; azitromicina 200 mg/5 ml; ibuprofeno em gotas 50 mg e 600 mg; cefalexina 250 mg; hidróxido de alumínio 60 mg; sulfametoxazol e trimetoprima 400 e 80 mg; dexclorfeniramina 2 mg; xarope de guaco; nitrofurantoína 100 mg; escopolamina 10 mg; dipirona 250 mg; miconazol creme; gentamicina 80 mg. Também há falta de ampolas de cetoprofeno, bicarbonato de sódio 8,4% 250 ml, dexametasona, diclofenaco, gentamicina, Benzetacil, ácido tranexâmico, clister glicerinado, atropina, deslanosídeo, heparina, metoclopramida, nitroprussiato, ondansetrona e sulfato de magnésio 10%. Outra médica relatou que os servidores são apenas informados sobre a falta de insumos, sem previsão de reposição. “Desde o ano passado, os medicamentos estão em falta. A amoxicilina com clavulanato, por exemplo, completou um ano que não vejo na unidade; os pacientes precisam comprar o medicamento. Recentemente, estávamos sem tubo para intubação e tivemos que pegar um emprestado do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência)”, contou. Sobre a mudança nas escalas, os profissionais informaram que, em determinado período, havia oito médicos e sete pediatras por turno, devido ao aumento de atendimentos por síndromes respiratórias agudas. Entretanto, a escala foi reduzida sem aviso prévio, mesmo com a demanda elevada. “A gente tem os médicos móveis, que ajudam em atendimentos rápidos, mas nem eles estão sendo enviados com frequência por conta de cortes de gastos. Agora vão uma vez por semana; às vezes, nem isso. segunda e terça são os dias mais lotados e não vai nenhum médico ajudar. A escala diminuiu, mas a demanda continua a mesma, quando não aumenta”, comentou um dos profissionais. Segundo os médicos, a redução das escalas ocorre tanto nas unidades quanto no atendimento móvel. Além disso, foi alterado o contrato médico de seis para 12 meses, sem aviso prévio, com redução de valor e sem reajuste. “Isso tem gerado sobrecarga e comprometido a qualidade da assistência. Essa redução, motivada por cortes de gastos e enxugamento da folha salarial, tem deixado os profissionais no limite e aumentado o risco assistencial, especialmente nos casos mais graves”, afirmou outro médico. A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou, por meio de nota, que pacientes que necessitam de ceftriaxona são atendidos prontamente, já que o medicamento está disponível apenas em ambiente hospitalar ou nas unidades de urgência. Quanto aos exames, a Secretaria afirmou que, até o final da próxima semana, toda a rotina de realização será regularizada, aguardando apenas a entrega dos reagentes pela empresa responsável. “Quanto aos pacientes com risco de infarto ou já infartados, eles estão sendo acompanhados, pois há mais de um exame laboratorial disponível para diagnosticar esses quadros clínicos”, finalizou a Sesau. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para a

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