Mais de 1.500 voos são cancelados em segundo dia da ordem de redução de viagens por 'shutdown' nos EUA
No momento em que os Estados Unidos se aproximam do Dia de Ação de Graças — feriado celebrado em 27 de novembro —, que marca um dos momentos de maior atividade nos aeroportos do país, milhares de viajantes enfrentam problemas para visitar seus familiares. Neste sábado, segundo dia de redução de viagens aéreas nos EUA, mais de 1.500 voos foram cancelados e mais de 6.200 sofreram atrasos por conta da crise orçamentária que impede o pagamento de controladores de voo no país. A origem desta crise está na paralisação orçamentária do governo federal americano ("shutdown"), provocada pela falta de acordo entre democratas e republicanos no Congresso, que já é a mais longa da História dos Estados Unidos, com 39 dias de impasse.
SNAP: Suprema Corte dos EUA autoriza Trump a suspender pagamento de auxílio-alimentação usado por 42 milhões
Comida do lixo e busca em estoques: Americanos entre 42 milhões sem auxílio alimentação relatam dificuldades em meio a shutdown
Como os controladores de tráfego não estão recebendo salários durante este período, muitos estão sem trabalhar, o que afeta diretamente a capacidade funcional do setor aeroviário do país. Por conta disso, o governo do presidente Donald Trump deu ordem para reduzir em até 10% o número de voos em 40 aeroportos do país, a fim de contornar a falta de funcionários. Na sexta-feira, primeiro dia da determinação em vigor, foram contabilizados 7.016 voos atrasados e 1.025 voos cancelados nos Estados Unidos, incluindo voos domésticos e viagens com partida e destino no país.
Entre os aeroportos mais afetados estão alguns dos mais movimentados do mundo. Segundo a rastreadora de voos Flight Aware, a lista é liderada pelo Aeroporto Internacional de Atlanta Hartsfield-Jackson, na Geórgia, o Aeroporto Internacional Newark Liberty, em Nova Jersey, o Aeroporto Internacional de Charlotte/Douglas, na Carolina do Norte, o Aeroporto Internacional John F. Kennedy, em Nova York, e o Aeroporto Internacional O'Hare, que fica em Chicago.
O Aeroporto Internacional Newark Liberty registrou neste sábado alguns dos maiores tempos de espera. As chegadas estavam atrasadas em média em mais de quatro horas, enquanto as partidas estavam atrasadas em média em 1 hora e meia, de acordo com a Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA).
Initial plugin text
Na quinta-feira, a agência anunciou que as reduções de voos seriam graduais, começando com 4% dos voos na sexta-feira, subindo para 6% em 11 de novembro (próxima terça-feira), 8% em 13 de novembro (próxima quinta-feira) e os 10% completos em 14 de novembro (próxima sexta-feira). A FAA disse que os cortes são necessários para manter a segurança, já que os controladores de tráfego aéreo estão sobrecarregados durante a paralisação.
Como trabalhadores essenciais, os controladores são obrigados a continuar trabalhando sem receber salário e, como resultado, muitos faltaram ao trabalho por motivo de doença ou aceitaram um segundo emprego para conseguir arcar com as despesas básicas, segundo os sindicatos. Além disso, outro fator que contribui diretamente para o cenário de crise nos aeroportos americanos é que a maioria dos 64 mil agentes da Agência de Segurança de Transportes (TSA) também não está recebendo salário.
Fonte original: abrir