
Maduro denuncia 'golpes de Estado orquestrados pela CIA', mas diz não querer guerra
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, fez um discurso nesta quarta-feira em defesa da paz na América Latina e no Caribe e defendeu a soberania venezuelana horas após a declaração do presidente dos EUA, Donald Trump, afirmar que autorizou a Agência Central de Inteligência (CIA) a conduzir operações secretas na Venezuela. O líder venezuelano condenou o que chamou de "golpes de Estado orquestrados pela CIA" em discurso a uma comissão criada depois que Washington passou a enviar navios de guerra ao Caribe para o que diz ser uma operação antidrogas.
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— Não aos golpes de Estado dados pela CIA, que tanto nos lembram os 30 mil desaparecidos pela CIA nos golpes de Estado contra a Argentina (...) Até quando golpes de Estado da CIA? A América Latina não os quer, não os necessita e os repudia — disse o líder esquerdista. — Digo ao povo dos Estados Unidos: não à guerra. Não queremos uma guerra no Caribe e na América do Sul. Not War, please, please, please. Listen to me. [Não à guerra, por favor. Me escutem]
Trump disse nesta quarta-feira que considera expandir as operações militares no Caribe para incluir ataques terrestres na Venezuela, o que representaria uma escalada significativa da campanha americana que até agora tem como alvo embarcações no mar na região.
Em evento do Conselho Nacional pela Soberania e Paz, Maduro disse que não haverá mudança de regime na Venezuela, "como aconteceu no Afeganistão e na Líbia, nem golpe de estado, como a CIA promoveu no Chile ou na Argentina".
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A ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, María Corina Machado, líder da oposição venezuelana, disse em entrevista à CNN que Maduro "declarou guerra" aos venezuelanos nas eleições de 2024, que ela declara terem sido vencidas por seu aliado, Edmundo González Urrutia:
— Maduro decidiu declarar guerra ao povo venezuelano, uma guerra que nós não queríamos — afirmou Machado. — [Maduro] iniciou essa guerra e precisamos da ajuda do presidente dos Estados Unidos para parar essa guerra, porque isso envolve vidas humanas.
Em entrevista coletiva na Casa Branca mais cedo, o republicano também confirmou ter autorizado a CIA a conduzir ações secretas na Venezuela, intensificando uma campanha contra Maduro. Desde agosto, o governo americano envia navios de guerra ao Caribe para operações de combate ao tráfico de drogas, segundo Washington, enquanto acusa Maduro de liderar redes de narcotráfico. Pelo menos cinco pequenas embarcações foram bombardeadas desde então, deixando 27 mortos, o que Caracas chama de "execuções extrajudiciais".
(Com AFP)
*Matéria em atualização
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