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Lula aconselhado a não participar do debate sobre a megaoperação em favelas do Rio, que resultou em 121 mortes

03/11/2025 13:29 O Globo - Rio/Política RJ

Quase uma semana depois da megaoperação realizada na última terça nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio, que deixou 121 mortos, patrocinada pelo governo fluminense, Lula fez, até agora, apenas um pequeno comentário. Em suas redes, o Presidente defendeu uma "ação coordenada contra o crime organizado, sem colocar vidas inocentes e policiais em risco."
Com pesquisas mostrando que a maioria da população, cansada da violência do dia a dia, apoiou a carnificina, Lula vem sendo aconselhado por gente próxima a ficar longe desse debate, já bastante politizado. Se vai aceitar o conselho é outra história.
Além disso, o vice-presidente nacional do PT e prefeito de Maricá, o polêmico Washington Quaquá, foi mais longe. Nas redes sociais manifestou apoio às ações que resultaram num banho de sangue no Rio. "Ninguém enfrenta fuzil com beijinhos", comentou. Esta não é, naturalmente, a opinião de quase toda a cúpula do partido.
Mesmo com Lula fora dos holofotes , o governo federal não está parado — até porque sabe que a oposição vai subir com o tema no palanque eleitoral do ano que vem. O Palácio do Planalto age em duas frentes. A primeira diz respeito a novas ações para enfrentar o crime organizado. Na quarta, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e o governador do Rio, Cláudio Castro, anunciaram a criação de um escritório emergencial para coordenar ações de enfrentamento ao crime no estado. Na quinta, o próprio Lula sancionou projeto do seu desafeto, o senador Sergio Moro, que endurece ainda mais ações no combate às facções.
A segunda, no campo político, o mote é insistir, principalmente através do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na comparação entre esta ação na última terça em favelas cariocas com a chamada Operação Carbono Oculto realizada em agosto, organizada pela Receita, Polícia Federal e o Ministério Público de São Paulo. A operação, como se sabe, sem morrer ninguém, revelou um esquema de lavagem de dinheiro ligado ao PCC, que movimentou mais de 46 bilhões de reais não rastreáveis entre 2020 e 2024.

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