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Greve de ônibus em Campo Grande escancara impasse entre Prefeitura e Governo

22/10/2025 21:20 Campo Grande News - Política

A greve do transporte coletivo em Campo Grande, que pegou os usuários de surpresa nesta quarta-feira (22), revelou mais um capítulo do embate entre o poder público e o Consórcio Guaicurus. O impasse gira em torno dos repasses feitos pela Prefeitura e pelo Governo do Estado para o custeio do sistema. Sem receber os valores na totalidade, o consórcio atrasou o pagamento de vales aos trabalhadores, o que levou motoristas e cobradores a cruzarem os braços. O resultado foi o transtorno no início da manhã, que gerou terminais lotados, longas filas e atrasos em toda a cidade. A Prefeitura de Campo Grande afirma, em nota, que está “rigorosamente em dia com todas as suas obrigações de pagamento junto ao Consórcio Guaicurus” e reforça que o financiamento do transporte coletivo envolve também outros entes públicos e a tarifa paga pelos passageiros. “Todos os compromissos estão sendo cumpridos”, diz o comunicado, que ressalta ainda o diálogo com o consórcio para evitar prejuízos à população.  O Governo do Estado não divulgou nota oficial, mas, segundo informações repassadas a vereadores da Capital, apenas o repasse de outubro estaria pendente, por falta de apresentação da certidão negativa de débitos da Prefeitura, vencida no início do mês. O repasse estadual é estimado em R$ 12 milhões por ano.  Repasses - Apuração do Campo Grande News indica, porém, que o Governo deve à Prefeitura cerca de R$ 5,7 milhões, valor correspondente a seis meses de atraso, de abril a setembro, referentes ao convênio que garante a gratuidade no transporte público. O montante mensal seria de aproximadamente R$ 950 mil.  A divisão dos repasses entre o Estado e o Município cobre o serviço gratuito prestado a passageiros com direito à isenção. Por ano, a gratuidade beneficia 19,5 milhões de usuários vinculados à Prefeitura e 13,47 milhões sob responsabilidade do Governo do Estado. Protesto -  A paralisação começou ainda na madrugada, quando os motoristas decidiram atrasar a saída dos ônibus em protesto contra o não pagamento dos vales. O sistema começou a ser retomado de forma gradual por volta das 6h50, mas seguiu com atrasos e veículos lotados ao longo da manhã.  A Prefeitura, além de negar débitos, contesta na Justiça o reajuste da chamada tarifa técnica, valor pago às empresas para subsidiar a diferença entre a passagem cobrada dos passageiros (R$ 4,95) e o custo real do serviço. O Consórcio obteve em agosto uma decisão favorável para elevar a tarifa técnica de R$ 6,17 para R$ 7,79, diferença de R$ 1,62.  O Município argumenta que não há pendências contratuais e rejeita tanto o aumento quanto a revisão periódica da concessão. Além do subsídio, as empresas ainda contam com isenção de ISS, benefício mantido há 12 anos. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .

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