Logo
Tudo que você precisa saber sobre as eleições em um só lugar

Foz do Amazonas pode adicionar 6,2 bilhões de barris recuperáveis, mais da metade das reservas provadas atuais da Petrobras

20/10/2025 17:40 O Globo - Rio/Política RJ

O volume recuperável estimado com o mapeamento da porção noroeste da Bacia da Foz do Amazonas é de 6,2 bilhões de barris de óleo equivalente, de acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), com base em estudo que integra um projeto de análises das bacias sedimentares brasileiras.
Reação: Líder do governo e ministro de Minas e Energia comemoram autorização para pesquisar petróleo na Foz do Amazonas
Margem Equatorial: O que é, onde fica, quais empresas além da Petrobras estão lá
Nesta segunda-feira, a Petrobras informou que obteve a licença para perfurar o primeiro poço na Bacia da Foz do Amazonas. O setor comemora a licença, enquanto que ambientalistas a veem com preocupação, e consideram desastrosa a liberação por parte do Ibama. A duas semanas da COP30, a decisão foi vista por entidades ambientais como uma sabotagem à conferência.
Como base de comparação, as reservas provadas da Petrobras somam 11,4 bilhões de barris de óleo equivalente (boe).
Segundo a companhia, com base no Plano de Negócios 2025-2029, estão previstos 15 poços na Margem Equatorial, com investimento total de US$ 3 bilhões. Desse total, oito poços serão perfurados somente na Bacia da Foz do Amazonas.
Initial plugin text
Pedro Rodrigues, sócio da consultoria CBIE, afirma que o Brasil precisa de novas fronteiras para se manter relevante como grande produtor de petróleo. Para isso, é necessário avançar, já que o pré-sal deve entrar em declínio a partir de meados da próxima década, projeção já confirmada pela Petrobras.
— Depois das águas rasas, das águas profundas e ultraprofundas com o pré-sal na Bacia de Santos, o Brasil se tornou uma potência global. Mas esses campos todos têm uma vida útil; por isso, é preciso seguir descobrindo novas reservas — disse Rodrigues.
Combustível: Petrobras reduz preço da gasolina na refinaria em 4,9% a partir de terça-feira
Para ele, o Brasil perdeu muito tempo nos últimos dez anos discutindo o licenciamento para a Bacia da Foz do Amazonas, na Margem Equatorial. Enquanto isso, o país vizinho Guiana começou a explorar suas reservas e foi um dos que mais registraram crescimento em seu PIB.
— Ao longo dos últimos dez anos, houve um grande atraso no desenvolvimento das reservas de petróleo no Brasil. A crítica é se esse tempo é, de fato, razoável para isso. Hoje vimos que, com essa licença, houve uma vitória da ala do bom senso do governo, já que havia rumores de que a licença só sairia após a COP 30 — afirmou Rodrigues.
Para o consultor, o Brasil está bem posicionado do ponto de vista ambiental, devido ao baixo número de acidentes envolvendo campos de petróleo. No entanto, ele alerta para o uso adequado dos royalties em regiões produtoras, como o Norte Fluminense, no Rio de Janeiro.
— Você pode questionar o uso dos royalties, como ocorreu na região Norte do Rio de Janeiro, mas é importante destacar que o Brasil tem um baixo volume de vazamentos, o que mostra sua eficiência do ponto de vista operacional — destacou.
Economia: Por que o Brasil e os mercados emergentes vivem um momento 'cachinhos dourados'?
De acordo com a ABESPetro, que reúne as empresas de serviços do setor, a licença representa um passo histórico para o Brasil manter a autossuficiência em petróleo. Para Telmo Ghiorzi, presidente-executivo da associação, o petróleo continuará a ser uma fonte relevante da matriz energética global por muitas décadas.
— A produção de petróleo e a industrialização que ela induz são fatores imprescindíveis para que o Brasil mantenha o ritmo de criação de empregos de alta qualificação e remuneração. Isso é de particular relevância para as regiões Norte e Nordeste do país, que serão intensa e positivamente impactadas por este avanço — ressaltou Ghiorzi.
Ele afirmou que o Brasil precisará “correr contra o tempo”, já que desde 2018 o país não perfura poços em novas fronteiras exploratórias.
— Mas a Petrobras e a cadeia produtiva brasileira já superaram desafios igualmente difíceis e importantes. Nós superaremos novamente e manteremos o vigor do crescimento e do desenvolvimento socioeconômico do Brasil — concluiu.
Initial plugin text

Fonte original: abrir