
Fogo amigo: PMs gravaram vídeo brincando antes de trocar tiros
Momentos antes de ser assassinado com, pelo menos oito tiros, o sargento da Polícia Militar Eduardo Filipe Santiago Ferreira, de 42 anos, aparece em vídeo rindo ao lado do amigo e futuro algoz, o também sargento da PM William Amaral da Conceição, 36. No vídeo, divulgado após o crime, os dois aparecem dentro de um carro, aparentemente alcoolizados e brincando: "Vamos resgatar o mano, vamos resgatar o mano lá, vamos pegar o helicóptero agora", diz eles, em tom de brincadeira.Pouco tempo depois, a cena muda completamente. Câmeras de segurança de uma residência da Avenida Jambeiro, em Vila Valqueire, Zona Sudoeste do Rio de Janeiro, registra o exato momento em que o veículo com os policiais para no meio da rua e o sargento Eduardo desce seguido por Willian. Já fora do carro, desesperado, Santiago tenta evitar o pior e grita: “Amaral! Amaral! Tá maluco? Sou eu, Santiago, mano!”.
Crime foi registrado por câmera de segurança
| Foto: Reprodução Redes Sociais
Amaral responde: “vai tomar no c*! Eu vou te matar!”. Mais uma vez, Santiago insiste: “Amaral, é o Santiago!”, em vão. Durante a tentativa de diálogo, ocorrem os disparos. A tragédia aconteceu exatamente à meia-noite do domingo, 19, nas proximidades do número 525. Na hora, chovia muito forte.Compadres e colegas de fardaOs dois policiais estavam de folga e bebiam juntos em um bar momentos antes do crime. Eles eram mais que colegas,eram compadres de batismo dos filhos. A relação entre os dois sempre foi considerada próxima.Santiago era lotado no 18º BPM (Jacarepaguá), enquanto Amaral atuava no 40º BPM (Campo Grande). Crime sem explicaçãoA motivação da briga ainda é desconhecida. O que se sabe é que os dois discutiram dentro do carro antes de Santiago descer gritando. A troca de tiros terminou com Santiago morto e Amaral ferido.Durante o depoimento à polícia, William Amaral da Conceição alegou ter sido assaltado e disse que não se lembrar do que aconteceu. Ele foi preso em flagrante e levado inicialmente para o Hospital Municipal Albert Schweitzer, em Realengo. Depois, foi transferido sob custódia para o Hospital Central da Polícia Militar, no Centro do Rio, onde segue internado.
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Investigação em andamentoA Divisão de Homicídios da Capital investiga o caso, que também está sendo acompanhado pela Corregedoria da Polícia Militar. As armas dos dois sargentos foram apreendidas para perícia.
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