Em 7 anos, população em situação de rua triplica em Campo Grande
O número de pessoas em situação de rua voltou a crescer em Campo Grande. Pesquisa aponta que, em sete anos (de 2018 a 2025), a população em situação de rua na Capital triplicou. Durante esse período, a Capital passou de 503 pessoas em situação de rua em 2018 para 1.611 em 2025, conforme dados atualizados do mês passado, um aumento de 220% no registro mais recente do CadÚnico (Cadastro Único). A pesquisa realizada pelo OBPopRua (Observatório Nacional da População em Situação de Rua), da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), também mostra um cenário parecido para Mato Grosso do Sul. Em 2018, o Estado tinha 1.010 pessoas nesta situação de vulnerabilidade e, atualmente, o número é de 2.716 (168% a mais). Em Campo Grande, o crescimento em um período de oito meses também chama a atenção. Os dados, que eram de 1.091 pessoas em situação de rua até o mês de março, chegaram, no mês de outubro, a 1.611, um salto de 47% no registro do levantamento. No comparativo com outras capitais e unidades federativas do país, Campo Grande é a 19ª capital com mais pessoas em situação de rua; já Mato Grosso do Sul é o 20º entre os 27 estados. De acordo com o OBPopRua, Mato Grosso do Sul é um dos 12 estados que registraram aumento no número de pessoas em situação de rua no país nos últimos anos. Em setembro, a Prefeitura de Campo Grande informou que um censo inédito da população em situação de rua da cidade está em desenvolvimento. A ação envolve 32 equipes que vão passar por cerca de 100 pontos de concentração desse público na cidade. Segundo os dados nacionais, a população em situação de rua no Brasil era de 358.553 pessoas no mês de outubro. O levantamento indica predominância da situação de vulnerabilidade nos estados do Sudeste. Em São Paulo, estão 148.730 pessoas em situação de rua, das quais 99.477 vivem na capital. Os estados do Rio de Janeiro, com 33.081 pessoas, e de Minas Gerais, com 32.685, vêm em segundo e terceiro lugar no levantamento. As três unidades federativas respondem por cerca de 60% da população de rua do país. As três UFs da região Sul aparecem pouco abaixo no levantamento, embora com grande diferença em números absolutos, assim como Bahia, Ceará e Roraima: Paraná: 17.091 pessoas em situação de rua; Bahia: 16.603; Rio Grande do Sul: 15.906; Ceará: 13.625; Santa Catarina: 11.805; Roraima: 9.954 pessoas. Por região — Estados do Norte e Nordeste do país surpreendem por terem mais pessoas em situação de rua do que o Distrito Federal, Pernambuco e Amazonas, entre outros estados com populações maiores e maior número de grandes cidades. Para efeito de comparação, a capital de Roraima, Boa Vista, tem menos de 500 mil moradores, enquanto Brasília, Recife e Manaus têm mais de um milhão e meio de habitantes. A análise dos dados do Observatório mostra que "o descumprimento da Constituição Federal de 1988 em relação às pessoas em situação de rua continua no Brasil, com pouquíssimos avanços na garantia de direitos dessa população, majoritariamente negra e historicamente tão vulnerabilizada no nosso país", afirma em nota. Os pesquisadores também chamaram a atenção para a falta de transparência nos dados sobre a população em situação de rua, que deveriam ser públicos, abertos, transparentes e acessíveis a toda a sociedade. Confira os números ano a ano de pessoas em situação de rua em Campo Grande e em Mato Grosso do Sul: Campo Grande: 2018 – 503 2019 – 603 2020 – 655 2021 – 532 2022 – 630 2023 – 997 2024 – 1.070 2025 (março) – 1.091 2025 (outubro) – 1.611 Mato Grosso do Sul: 2018 – 1.010 2019 – 1.309 2020 – 1.497 2021 – 1.042 2022 – 1.142 2023 – 1.712 2024 – 1.962 2025 (março) – 2.000 2025 (outubro) – 2.716 Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .
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