Logo
Tudo que você precisa saber sobre as eleições em um só lugar

Dos vivos para os mortos: rituais e homenagens expressam fé e saudade em túmulos

02/11/2025 14:49 Campo Grande News - Política

Neste Dia de Finados (2), os cemitérios viram alegorias das mais diversas crenças e manifestações de fé e saudades. Uma delas foi ritualizada em cima do túmulo de familiares da vigilante Marlene Avalo, 40. Ela "matou a sede" da mãe e de dois tios que estão sepultados no Cemitério Santo Amaro, em Campo Grande, porque o dia está quente. A cena foi curiosa: sozinha e sentada no túmulo, a mulher abre uma garrafa com água e enche três copos de plástico. Marlene deu de beber simbolicamente aos entes queridos porque acredita que eles sentem o que os vivos também sentem. "Minha mãe me ensinou e hoje estou aqui entregando um copo a ela", conta. A filha lembra de ter acompanhado várias visitas em que a mãe acendeu cigarros para os finados fumantes e levou latas de cerveja para os que gostavam muito de beber quando estavam vivos. "É uma tradição de família", reforça. Ela até conta uma história sobre o mistério que acredita envolver vivos e mortos. "Nas primeiras semanas depois da morte da minha mãe, eu servia água no túmulo dela e saía para visitar os túmulos de outros parentes. Quando voltava lá, o copo estava vazio", diz.  Pertences - No Cemitério Memorial Park, também na Capital, uma das homenagens mais tocantes foi feita sobre o túmulo de Cecília Vitória, que tem a foto de uma menina sorridente. Foram deixadas uma boneca num carrinho e uma mamadeira que provavelmente foi usada pela criança. No mesmo cemitério, a memória do maçom Raurino Neres da Silva foi celebrada com uma caricatura simpática e a frase "Quem tem amigos, nunca morre". Mais comum, o gesto de levar flores foi incorporado por religiões, mas antes era atribuído a culturas pagãs pela Igreja. Essa manifestação deixou um túmulo simples mais bonito no Cemitério Santo Amaro, que contrasta com outro túmulo quebrado e esquecido. Por curiosidade - Claudia Moreira da Silva, 30, é estudante do curso técnico de auxiliar de necropsia, uma área que pouca gente encara. Ela morava em São Gabriel do Oeste e se mudou há apenas uma semana para Campo Grande. Ela visitou o cemitério pela primeira vez hoje, só por curiosidade. Aproveitou e chamou o pai ao saber que os restos mortais da avó estão no Cemitério Santo Amaro há 50 anos.  Mas pai e filha não conseguiram encontrar o túmulo. Andaram por todo o cemitério e desistiram. Para não perder a visita, acenderam uma vela pela lembrança da matriarca no cruzeiro e foi esse o ritual possível. O que eles não sabiam é que funcionários do cemitério ajudam na procura e podem ser acionados na entrada do cemitério. Outra opção é consultar no sistema de busca da Prefeitura de Campo Grande , no caso dos que são públicos. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .

Fonte original: abrir