'Direito de perdoar': em decisão rara, pai que tentou matar o próprio filho é absolvido no RS

Em uma decisão rara no Judiciário brasileiro, o Tribunal do Júri do Rio Grande do Sul absolveu Jani Francisco do Amaral, de 58 anos, acusado de tentar matar o próprio filho, Guilherme Santos do Amaral, de 30, após um pedido de clemência apresentado pela Defensoria Pública do Estado (DPE).
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A absolvição, publicada na última semana, foi decidida por quatro votos a dois. A maioria dos jurados acolheu a tese apresentada pela defensora pública Tatiana Boeira. O réu respondia por tentativa de homicídio qualificado, com agravantes de motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima.
Segundo os autos, Jani atingiu o filho com golpes de facão durante uma briga em julho de 2017, quando Guilherme tinha 22 anos. A vítima sobreviveu após receber atendimento médico e o pai chegou a ficar preso por sete meses, entre agosto de 2017 e março de 2018.
Na véspera do julgamento, Guilherme afirmou não querer que o pai fosse condenado para que isto não causasse mais sofrimento à avó, mãe do réu, uma idosa de cerca de 80 anos. Após a declaração, a defesa de Jani, protocolou um pedido para que o júri se baseasse no “direito de perdoar”.
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A defesa afirma ainda que, durante o processo, Jani sofreu um AVC que o deixou com sequelas motoras, dependente de cadeira de rodas e dos cuidados da mãe.

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