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Caminhos do Brasil traça rotas de crescimento

23/10/2025 21:03 O Globo - Rio/Política RJ

O evento CNC Global Voices 2025 teve uma edição especial da série de debates “Caminhos do Brasil”, promovida por O Globo, Valor Econômico e Rádio CBN. Na ocasião, a editora de Economia de O Globo, Luciana Rodrigues, e o repórter especial do Valor Econômico, Alex Ribeiro conversaram com especialistas sobre o cenário econômico e os fatores que influenciam o crescimento do país no painel “Perspectivas e desafios da macroeconomia brasileira”.
Para João Braga, fundador da Encore Capital, os investidores estão muito mais imediatistas e sensíveis a movimentos a curto prazo.
— Fatores como políticas fiscais em grandes economias e oscilações do câmbio influenciam diretamente a precificação dos ativos locais — afirma ele, que se diz otimista ao analisar a situação econômica do Brasil a longo prazo e que a previsibilidade é essencial para que aeconomia avance.
Fatores como políticas fiscais em grandes economias e oscilações do câmbio influenciam diretamente a precificação dos ativos locais
Na opinião do CEO da BGC Liquidez, Ermínio Lucci, o humor do mercado e a oscilação da bolsa que aconteceu recentemente se deve à possibilidade de aumento das tarifas internacionais.
— A volatilidade reflete o peso das incertezas externas e o comportamento dos investidores estrangeiros — disse ele.
A volatilidade reflete o peso das incertezas externas e o comportamento dos investidores estrangeiros
Com relação às oscilações do mercado norte-americano, o CEO da BGC Liquidez acredita que o Brasil está em vantagem por ter uma economia fechada em termos comerciais:
— Não vamos sofrer tanto assim. O que está acontecendo no País é o mesmo que o investidor estrangeiro vê em outros lugares. Ele não fica tão preocupado assim com o futuro da nossa economia.
A economia real é que traduz as decisões macro em resultados concretos
CONFIANÇA NO FUTURO
Braga afirma que o cenário de altos juros já era esperado e que a freada da economia real já tinha sido prevista no ano passado. Por isso ele demonstra confiança com relação ao futuro.
— A Bolsa está tão acessível quanto nos piores momentos de recessão, o que abre oportunidades de longo prazo.
O diretor de Investimentos d a Guepardo Investimentos, Octávio Magalhães, também encara a economia brasileira com otimismo.
— Para quem tem um passivo bom, que consegue esperar e olhar para o longo prazo, o melhor cenário é o que te permite fazer uma arbitragem temporal. Por isso é mais fácil convencer um estrangeiro investir na bolsa brasileira — disse ele.
Lucci afirmou que o país tem uma base sólida e potencial competitivo, que precisa ser transformado em eficiência e produtividade. Para ele, o desafio é mostrar a intenção e a capacidade de fazer um ajuste fiscal, compromisso que influencia positivamenteo mercado.
Já o diretor da Guepardo Investimentos acredita que os juros podem recuar gradualmente, mesmo que seja de forma moderada.
— O Banco Central é independente e deve manter os juros altos por um tempo, mas existe espaço para alguma queda no próximo ano. A confiança do mercado depende de um cenário fiscal mais previsível e de uma sinalização de compromisso com reformas estruturais.
De acordo com os especialistas, o Brasil oferece oportunidades como a transição energética, a digitalização e o aquecimento do mercado interno, desde que sejam feitas reformas estruturais que atraiam mais investimentos.
Nessa segunda edição do CNC Global Voices, o Sistema CNC se consolidou como um espaço de escuta e opinião, em que as ideias se transformam em estratégias para a defesa de um mercado mais competitivo, produtivo e inclusivo.Analistas do mercado falam sobre como as dúvidas com relação à economia global influenciam o que acontece no Brasil, que paga juros reais entre os mais elevados do mundo
O painel “Tensões internacionais e economia brasileira”, da CNN Brasil, realizado durante a CNC Global Voices 2025, reuniu Reinaldo Le Grazie, sócio da Panamby Capital, Fernando Ferreira, chefe e Head do Research da XP Investimentos e Gabriel Barros, economista-chefe da AR X Investimentos, sob a mediação da analista d e Economia Thais Herédia para falar sobre o cenário econômico do país em tempos de incertezas mundiais.
Le Grazie afirmou que o Brasil paga um preço muito alto por sua dívida, com juros reais entre os mais elevados do mundo. E que apesar do alívio da inflação que aconteceu recentemente, o ano de 2026 deve vir com expansão fiscal e novas pressões de preços. Barros fez uma projeção no mesmo sentido:
— A inflação de 2027 pode ser maior que a de 2025 porque o câmbio, fator que a trouxe para baixo, dificilmente se repetirá — disse Barros. Segundo ele, o Brasil parte de um patamar alto de endividamento e paga juros reais de cerca de 7%, o que consome o espaço de investimento e dificulta o crescimento.
Já Ferreira relembrou que a desvalorização do dólar foi capaz de aumentar o otimismo dos mercados no Impactos no cenário global e a entrada de capital estrangeiro sustenta temporariamente os ativos b

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