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Denúncia expõe venda de certificados falsos em processo da educação municipal

24/10/2025 21:36 Campo Grande News - Política

Uma denúncia recebida pelo Campo Grande News revela que candidatos do Processo Seletivo Simplificado (PSS) da Rede Municipal de Ensino (REME) estariam comprando certificados de cursos com datas retroativas para ganhar vantagem na classificação. As mensagens e áudios obtidos pela reportagem mostram que o negócio é direto: o candidato pede o curso e o certificado “sai pronto”, com a data que ele quiser. Os certificados são usados na fase de títulos do PSS, que serve para avaliar a formação dos candidatos. Cada curso vale uma pontuação adicional, e quanto mais certificados válidos o concorrente apresenta, maior é a nota final. Por isso, a alteração das datas ou a venda de certificados falsos pode distorcer o resultado e prejudicar quem realmente cumpriu as exigências do edital. Nos prints, o contato identificado como Cursos Abeline confirma a possibilidade de alterar a data de conclusão. O suposto candidato pergunta: “Preciso de um curso de 100 h, mas com data retroativa, vocês fazem isso?” A resposta é imediata: “Ok, assim que finalizar o curso informa pra mim que verifico sua data, ok.” Na conversa com a Fampi Cursos, o representante chega a oferecer o serviço por mensagem de voz. No áudio, ele diz: “Eu organizo conforme você precisar, tá bom? Eu edito conforme a tua necessidade. Cada certificado custa R$ 39,90 e eu te mando o e-book e já o certificado pronto.” O conteúdo contradiz as declarações oficiais da empresa. Procuradas pela reportagem, as duas empresas negaram qualquer prática irregular. A Cursos Abeline afirmou que “não compactua com esse tipo de prática” e que os cursos são gratuitos, feitos no tempo do aluno. Já a FAMPI CURSOS declarou que “todas as datas registradas correspondem ao período real de realização do curso” e garantiu que “não realiza, em hipótese alguma, emissões retroativas”. A Prefeitura de Campo Grande informou que a verificação dos certificados é de responsabilidade da banca organizadora, a Fapec (Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura), que confere os documentos e checa a autenticidade conforme o edital. A fundação foi procurada, mas ainda não respondeu até a publicação desta reportagem. Se confirmada, a prática pode configurar fraude em processo público, o que pode resultar na anulação da pontuação e na desclassificação dos candidatos envolvidos. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .

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