Crise no Rio: governo Lula é a favor de força tarefa para montar operações, mas não de GLO
O governo Lula é a favor de uma força tarefa de inteligência para montar operações conjuntas entre União e Estado contra o crime organizado no estado. Mas, não de um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), para assumir o comando da segurança no Rio.
Em reunião de emergência convocada pelo então presidente em exercício Geraldo Alckmin, foi debatido que os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública), além do diretor-executivo da PF, William Murad, devem ir ao Rio para se reunir com o governador Cláudio Castro e equipe para debater essas ações conjuntas.
Ele queria vir a Brasília, mas foi convencido de que o melhor caminho seria ficar no Estado. Um pedido feito por ele ontem já foi acatado, a abertura de dez vagas em presídios federais para transferência de líderes de organizações criminosas.
Ainda não há, porém, definição de como a viagem deve ocorrer e dos integrantes da comitiva do governo federal. Com a chegada do presidente Lula de viagem à Ásia, o assunto será discutido com maior profundidade.
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O governo prefere evitar, porém, a decretação de uma GLO (Garantia da Lei e da Ordem), porque teria de assumir a responsabilidade da segurança pública no lugar de Cláudio Castro.
A não ser que seja para ações pontuais, como já aconteceu durante o mandato atual de Lula em três casos: segurança de portos e aeroportos, cúpula do G20 e cúpula do Brics.
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A avaliação da equipe de Lula é que uma GLO para transferir o comando da segurança pública para o Exército já foi tentado na época do presidente Michel Temer e não deu certo. Foi um fracasso.
Por isso, a preferência é por uma atuação conjunta, dentro do espírito da PEC da Segurança Pública. Por sinal, Cláudio Castro se posicionou de forma contrária a aprovação da PEC.
Agora, o governo Lula vai cobrar o apoio do governador à PEC da Segurança Pública. O caos no Rio pode acabar criando um clima para se aprovar pelo menos pontos de consenso.
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