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Crime da mala: publicitário suspeito de esquartejar namorada e espalhar partes do corpo por Porto Alegre é denunciado por 8 crimes

03/11/2025 14:29 G1 RS

Detalhes do depoimento de homem preso por suspeita de matar e esquartejar namorada no RS
O publicitário Ricardo Jardim, suspeito de matar, esquartejar e esconder as partes do corpo de sua namorada em Porto Alegre foi denunciado pelo Ministério Público do RS (MPRS) por oito crimes, incluindo feminicídio, ocultação de cadáver e falsificação de documentos.
Jardim havia sido indiciado pela Polícia Civil no fim de outubro por sete crimes. O MPRS acrescentou à denúncia o crime de vilipêndio de cadáver - que consiste no ato de desrespeitar, ultrajar ou menosprezar um corpo morto.
O suspeito está preso preventivamente desde setembro. A vítima foi identificada como Brasília Costa, 65 anos.
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A Defensoria Pública do Estado, responsável pela defesa de Jardim, afirma que só vai se manifestar nos autos do processo.
A investigação teve início depois que o torso do cadáver foi achado dentro de uma mala em um armário da rodoviária da capital em agosto deste ano. A polícia segue em busca do crânio da mulher.
O primeiro descarte de partes do corpo ocorreu em 13 de agosto, em um local ermo, sem movimento ou câmeras de segurança, na Zona Leste da capital.
Já o segundo ato foi registrado em 20 de agosto, na rodoviária, um espaço de grande circulação e monitoramento. As pernas foram encontradas em dois trechos diferentes da Zona Sul.
O suspeito foi identificado a partir de imagens de uma câmera de segurança do estabelecimento comercial. Em certo momento da gravação, ele é visto abaixando a máscara que usava e que aparecia vestindo no vídeo registrado na rodoviária da capital (veja abaixo).
Veja todos os crimes pelos quais Jardim foi denunciado
Feminicídio
Ocultação de cadáver
Vilipêndio de cadáver
Falsificação de documento público
Uso de documento falso
Falsa identidade
Invasão de dispositivo informático
Furto mediante fraude
Vídeo mostra momento em que homem deixa corpo em mala na rodoviária de Porto Alegre
O depoimento
A repórter Adriana Irion, de Zero Hora, teve acesso à íntegra do depoimento com exclusividade. Jardim negou que tenha matado a mulher. Ele afirma que o combinado entre o casal era comemorar um ano do relacionamento.
Entretanto, quando chegou no quarto dela, teria encontrado a mulher "deitada na cama com o braço caído", já morta, em 8 de agosto, e não soube como reagir. Já segundo a polícia, Jardim teria matado a mulher no dia seguinte.
"Ela estava imóvel, eu sacudi, chamei por ela e ela não respondeu nada. Aí eu fiz todo aquele procedimento que a gente faz: olha pulso, olha aqui, ouve, tenta ouvir a respiração, coração... Por último peguei o aparelhinho, botei no pulso dela", relatou.
Ao ser questionado o que fez depois de encontrar a namorada morta, Jardim disse:
"Acertei ela na cama, botei o cobertor por cima, fechei a porta de novo e voltei para o meu quarto."
No depoimento, o publicitário diz que pagou R$ 2 mil a um catador de material reciclável conhecido como "Binho":
"Eu disse para ele [Binho] que eu botaria ele [o corpo] numa mala, mas eu não disse para ele picar ela, não disse para ele cortar a cabeça, eu disse para ele (...) cortar um pedaço da perna, uma coisa assim, para caber numa mala", relatou.
Em outro trecho do depoimento, Jardim afirma que temia ser preso:
"Eu tinha medo de ser preso. Tinha certeza que ia ser preso. E, além disso, tinha medo de ser preso com a acusação de também ter matado ela. Sei lá pelo que, por envenenamento, por estrangulamento, não sei exatamente o quê."
O publicitário disse ainda que a ideia era distribuir as partes do corpo de Brasília em vários locais da cidade, para dificultar o trabalho da investigação. E explicou por que escolheu a rodoviária como um desses locais:
"Pensei na rodoviária, recém foi reformada por causa da enchente, não deve ser tão aparente. Achava ela mau iluminada, complexa. Aí resolvi deixar, 'vamos ver o que acontece, pelo menos vão encontrar um corpo, vai dar para enterrar, não é uma coisa que vou jogar no rio e vai sumir para todo o sempre'", afirmou.
Ricardo Jardim, publicitário preso por suspeita de matar e esquartejar mulher em Porto Alegre
Reprodução
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Infográfico - Linha do tempo: homem preso após abandonar mala com corpo na rodoviária de Porto Alegre
Arte/g1
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