CNI vê reunião entre Brasil e EUA como “avanço concreto”
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) elogiou, neste domingo, 26, o encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, classificando a reunião como um “avanço concreto” na tentativa de reverter as tarifas elevadas aplicadas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros.“O anúncio do início das negociações sobre o tarifaço, com disposição real das duas partes para alcançar um acordo, é um passo relevante. Acreditamos que teremos uma solução que vai devolver previsibilidade e competitividade às exportações brasileiras, fortalecendo a indústria e o emprego no país”, disse Ricardo Alban, presidente da CNI, ao Correio Braziliense.
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A CNI destacou ainda que vem atuando desde o início das negociações para superar o impasse com os EUA, apresentando propostas de cooperação que incluem discussões sobre data centers, combustíveis sustentáveis para aviação e minerais críticos.“É natural que os Estados Unidos busquem proteger suas cadeias produtivas. O que defendemos é um processo racional, transparente e baseado em dados, que permita avançar de forma construtiva”, disse Alban.Reunião técnicaO ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, informou que as equipes do Brasil e dos Estados Unidos se reunirão ainda hoje para negociar as tarifas. Pelo lado norte-americano, participarão o secretário de Estado Marco Rubio, o secretário do Tesouro Scott Bessent e o representante comercial Jamieson Greer.“O saldo final é ótimo. O presidente Trump declarou que dará instruções à sua equipe para que comece um processo, um período de negociação bilateral que deve começar hoje ainda, porque é para tudo ser resolvido em pouco tempo e hoje mesmo deveremos ter uma reunião”, afirmou Mauro Vieira.DescontraçãoO chanceler brasileiro descreveu o clima do encontro como “descontraído” e “alegre”. Segundo Mauro Vieira, Donald Trump também afirmou admirar a trajetória política de Lula no Brasil.“O presidente Trump declarou admirar o perfil da carreira política do presidente Lula, já tendo sido duas vezes presidente da República, tendo sido perseguido no Brasil e voltado, provado sua inocência e voltado a se apresentar e vitoriosamente conquistado seu terceiro mandato à frente da Presidência da República”, afirmou Vieira.De acordo com o ministro, os presidentes acordaram realizar visitas mútuas, sem datas definidas: Lula visitará os Estados Unidos e Trump irá ao Brasil.“O presidente Trump disse que admira o Brasil, que gosta imensamente do Brasil e do povo brasileiro e, portanto, a conclusão final é de que a reunião foi muito positiva e nós esperamos em pouco tempo, em algumas semanas, concluir uma negociação bilateral que trate de cada um dos setores da atual tributação americana ao Brasil”, pontuou Mauro Vieira.
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