Logo
Tudo que você precisa saber sobre as eleições em um só lugar

Castro diz que vai promover postumamente policiais mortos durante megaoperação no Alemão e na Penha

29/10/2025 11:18 O Globo - Rio/Política RJ

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, afirmou nesta quarta-feira que os quatro policiais mortos durante a megaoperação das Polícias Civil e Militar nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte, serão promovidos postumamente. A ação, que começou na madrugada de terça, deixou ainda 15 agentes feridos e transformou o Hospital Estadual Getúlio Vargas (HGV) em uma verdadeira unidade de guerra.
“Hoje o Rio de Janeiro amanheceu de luto. Quatro bravos policiais foram mortos por narcoterroristas durante a Operação Contenção, em um dia histórico de enfrentamento ao crime organizado. Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho, comissário da 53ª DP; Rodrigo Velloso Cabral, da 39ª DP; Cleiton Serafim Gonçalves e Heber Carvalho da Fonseca, ambos sargentos do Bope, deram a vida cumprindo o dever de proteger a população fluminense”, declarou Castro.
O governador disse ainda que a promoção póstuma é uma forma de “reconhecimento e respeito” e que “minha solidariedade e minhas orações estão com as famílias, amigos e colegas de farda desses heróis. Eles serviram ao Estado com coragem e lealdade, defendendo o que acreditavam: um Rio mais seguro e livre.”
Initial plugin text
Quem eram os policiais mortos
Os quatro agentes mortos na megaoperação — Cleiton Serafim Gonçalves, Heber Carvalho da Fonseca, Marcus Vinicius Cardoso Carvalho e Rodrigo Velloso Cabral — atuavam na linha de frente da segurança pública e foram atingidos durante confrontos com criminosos do Comando Vermelho nos complexos da Penha e do Alemão.
Os sargentos Cleiton Serafim Gonçalves, de 42 anos, e Heber Carvalho da Fonseca, de 39, eram integrantes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope). Experientes e respeitados pelos colegas, estavam há 17 e 14 anos na corporação, respectivamente. Chegaram a ser socorridos com vida, mas não resistiram aos ferimentos.
Cleiton deixa esposa e filha; Heber, esposa, dois filhos e um enteado.
Nas redes sociais, o Bope lamentou a perda dos companheiros de farda:
“Dedicaram suas vidas ao cumprimento do dever e deixam um legado de coragem, lealdade e compromisso com a missão policial militar.”
Na Polícia Civil, as vítimas foram o comissário Marcus Vinicius Cardoso Carvalho, conhecido entre colegas como Máskara, e o policial Rodrigo Velloso Cabral, que havia ingressado na corporação há apenas dois meses.
Marcus Vinicius, com mais de 20 anos de carreira, era uma das lideranças mais atuantes da 53ª DP (Mesquita). Mesmo em cargo de chefia, fazia questão de participar das ações em campo. Durante a operação, foi atingido na cabeça. Um áudio gravado por uma policial que o socorria retrata o caos do momento:
“Galera, o Máskara foi baleado na cabeça, a gente tá preso aqui na favela, estou pedindo prioridade. Tem que dar uma atenção, é sério, o Máskara foi baleado na cabeça.”
Rodrigo Cabral, lotado na 39ª DP (Pavuna), era visto como um profissional promissor. Levou um tiro na nuca e morreu ainda durante o socorro. Fora do trabalho, era descrito pelos amigos como um homem alegre e dedicado à família.
Torcedor do Botafogo, costumava publicar fotos ao lado da esposa e da filha — viagens, brincadeiras e momentos de lazer que agora ganham um tom de despedida.
Em uma mensagem publicada no Instagram em fevereiro de 2024, quando completaram 16 anos juntos, a esposa o chamou de "um herói em sua profissão e um gigante em nossas vidas":
“Hoje, a dor da sua ausência é imensurável e nos rasga a alma, mas preciso encontrar forças para te dizer adeus e honrar a memória de quem você foi: um herói em sua profissão e um gigante em nossas vidas”, escreveu.
Hospital virou cenário de guerra
Durante todo o dia, o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, ficou lotado de agentes feridos e colegas desesperados em busca de notícias. No total, 60 suspeitos foram mortos e 15 policiais ficaram feridos — dez militares e cinco civis.
Além dos agentes, quatro civis foram baleados: uma pessoa em situação de rua, ainda não identificada, e três moradores — Fernando Vinícius Lopes, Kelma Rejane Magalhães e Daniel Mello dos Santos. Kelma foi atingida na região dos glúteos enquanto estava em uma academia. Todos têm estado de saúde estável.
Do lado de fora, familiares dos policiais mortos se concentraram em frente ao hospital, sob forte comoção. Para conter o tumulto, a direção criou um Núcleo de Acolhimento à Família, que rapidamente lotou. A fila na Rua Dr. Weinschenk era formada, em sua maioria, por mães, esposas e irmãs.
Operação mirava chefe do tráfico
A megaoperação tinha como principal alvo Doca, apontado como um dos líderes do Comando Vermelho no Complexo da Penha. Durante a ação, o governador afirmou que pediu a transferência de dez chefes da facção de presídios estaduais para unidades federais de segurança máxima.
“Estamos enfrentando um crime que desafia o Estado, mas não vamos recuar. O Rio precisa voltar a ter paz”, disse Castro em pronunciamento.
A terça-feira terminou com a maior tragédia policial do ano no estado, marcada por luto, dor e a prome

Fonte original: abrir