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Busca de imóvel: 4 em cada 10 brasileiros já usam Inteligência Artificial

01/11/2025 03:39 A Tarde - Política

Quatro em cada 10 brasileiros já recorrem a recursos de IA (Inteligência Artificial), como ChatGPT, Gemini e Midjourney, na hora de procurar um imóvel para comprar ou alugar. O levantamento do Grupo OLX, realizado com usuários dos portais ZAP, Viva Real e OLX, revela uma transformação profunda nos hábitos de consumo e na forma como os brasileiros se relacionam com o sonho da casa própria.A tecnologia, antes associada a setores como finanças e educação, agora assume papel estratégico nas buscas imobiliárias. “A presença da IA no setor está redefinindo processos e o comportamento do consumidor”, afirma Taiane Martins, gerente de inteligência de mercado do Grupo OLX. Segundo ela, a mudança não é apenas tecnológica, mas cultural. “O consumidor passa a adotar uma jornada mais autônoma e seletiva. O sucesso das plataformas estará em alinhar tecnologia às expectativas de um público que quer uma experiência satisfatória e humana, mas cada vez mais digital e objetiva”.De acordo com o estudo, 60% dos compradores e locatários que já experimentaram a IA consideram a tecnologia importante ou muito importante em sua jornada de busca. Os usos mais comuns incluem a pesquisa de sites de anúncios, a filtragem de imóveis com características específicas e a obtenção de recomendações personalizadas com base no perfil do usuário.A explicação para essa popularidade está na praticidade. Em vez de preencher filtros manualmente, o consumidor pode simplesmente conversar com a ferramenta. “Nos portais do Grupo OLX, como o ZAP, já é possível fazer buscas em linguagem natural, por texto ou até por áudio. Quanto mais detalhes o usuário fornece, mais precisa será a resposta”, explica Taiane.Por exemplo, ao digitar ou dizer “quero um apartamento de dois quartos com varanda e piscina em Recife, até R$ 500 mil”, o sistema entende os parâmetros e exibe resultados que se encaixam no perfil desejado. Essa simplificação economiza tempo e torna o processo mais fluido.Mas, se por um lado a IA é valorizada por quem já teve contato com ela, por outro, ainda há resistência. O estudo mostra que 80% dos entrevistados que nunca usaram IA em processos de compra ou locação a consideram irrelevante ou se mostram indiferentes. Para Martins, esse dado reflete um fenômeno comum na adoção de novas tecnologias. “Quem experimenta, percebe o valor. À medida que mais serviços incorporarem IA à jornada, a tendência é que a indiferença diminua drasticamente”, avalia.Outro ponto destacado é a confiança. Embora a IA esteja sendo usada para buscar imóveis, ela ainda não é amplamente utilizada para fechar negócios. Isso mostra que, mesmo num mundo digitalizado, a decisão de compra continua baseada em relações humanas.Aliada, não substitutaA agilidade da IA na busca de imóveis não elimina a necessidade de cautela. O CEO do Instituto Brasileiro de Educação Profissional (Ibrep), Diogo Martins, alerta que a tecnologia deve ser vista como apoio, e não substituta, da orientação profissional. “As ferramentas de IA são excelentes aliadas, pois agilizam a filtragem de informações sobre localização, preço e perfil do comprador. Mas o consumidor precisa usá-las com responsabilidade. É essencial verificar a procedência dos anúncios e confirmar as informações com um corretor credenciado no Creci”, orienta.Segundo ele, a IA pode tanto reduzir quanto aumentar o risco de golpes, dependendo de como é utilizada. “Quando usada em plataformas seguras, que validam dados e utilizam sistemas automatizados de verificação, a IA aumenta a segurança. O problema é confiar cegamente em resultados de sites não auditados ou anúncios sem origem comprovada”.A recomendação é simples: sempre verificar se o corretor é registrado e se o imóvel realmente existe. “É uma forma de evitar fraudes e garantir a segurança jurídica da transação”, reforça Taiane.O mercado imobiliário está entre os que mais se beneficiam da combinação entre tecnologia e atendimento especializado. Para Diogo Martins, a IA é um apoio fundamental na etapa de pesquisa, mas o fator humano continua sendo insubstituível. “No momento de fechar um negócio, muitas vezes, a maior compra da vida, o cliente quer confiar em alguém. A confiança, a ética e a experiência do corretor ainda são os pilares da intermediação imobiliária”, destaca.Ele acrescenta que a tendência é que a IA se consolide como parceira estratégica do corretor, otimizando tarefas burocráticas e ajudando na análise de mercado, enquanto o profissional se concentra no relacionamento e na negociação. Com a popularização de chatbots, assistentes de busca e plataformas cada vez mais inteligentes, o mercado caminha para um modelo híbrido, que combina o melhor da tecnologia com o atendimento humano.Taiane Martins resume bem o cenário: “A IA veio para ficar. Ela vai tornar a jornada mais fluida, acessível e personalizada. Mas o que continuará diferenciando uma boa experiência será a capacidade de unir eficiência digital com empatia humana”.

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