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Brígida Cirilo lembra início da carreira e conta como ajuda a quebrar tabus na arbitragem

18/10/2025 14:54 GazetaWeb - Política

Brígida Cirilo quebrou tabus e integra o quadro da Fifa.


(Foto: Divulgação/FAF)









Dar os primeiros toques na bola e seguir carreira no esporte mais popular do mundo é o sonho de muitos garotos. E quando a opção é atuar na arbitragem? Aí vira raridade, quase exceção. No caso da alagoana Brígida Cirilo, a segunda alternativa foi a escolhida. Com pouco mais de 20 anos, a assistente recebeu incentivo de um amigo, contou com o apoio da mãe, iniciou a carreira, quebrou tabus e, atualmente, integra o quadro da Fifa.Em entrevista à Gazetaweb, Brígida revelou como tudo começou: "A arbitragem entrou na minha vida quando eu cursava Educação Física. Um amigo se inscreveu e me convidou. Ele disse: 'Você se encaixa muito bem, vai gostar do curso'. Na turma seguinte, ele me convidou novamente e eu me inscrevi. Dentro do curso, já me apaixonei por todas as dimensões que é a arbitragem".Além do incentivo do amigo, a assistente disse que teve um apoio especial vindo da própria casa: "Desde pequena, minha mãe sempre me apoiou no esporte. Ela não teve a oportunidade de praticar os esportes que gostava, por ser filha mulher, naquela época o machismo era muito maior que hoje, então tudo o que eu queria fazer ela sempre me incentivava. E com a arbitragem não foi diferente. Ela sempre queria que eu fosse árbitro central e dizia: 'Ah, estudar tanto e ficar do lado (risos)'. Aí eu explicava a ela a minha identificação pela assistência e ela sempre me apoiou".




























































Assistente disse que mãe queria que ela fosse árbitra central.


Ailton Cruz









Na arbitragem desde 2010, Brígida Cirilo explicou a rotina de treinamentos. "Os treinamentos são diários, trabalhos na academia, na areia, no campo também... Tem um preparador físico, professor Luigi, que me acompanha desde o início. Ele faz minha planilha de treinos, e o (treino) teórico mesmo é assistindo jogos, participando das reuniões que a CBF promove, dos cursos também e estudando a regra, o nosso dicionário, todos os dias", disse. Cinco anos após começar a carreira pela Federação Alagoana, a assistente passou a integrar o quadro da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A consagração veio em 2021, quando Brígida recebeu o escudo da Fifa.Até chegar ao ponto máximo da arbitragem, a alagoana assegura que precisou combater estigmas, o principal deles foi o machismo. Ela citou como referência a árbitra Edina Alves Batista, da Federação Paulista de Futebol (FPF)."Muitos tabus já foram quebrados, mas a caminhada ainda é longa. Pra gente mulher, é sempre mais difícil. Um universo totalmente masculino, pra gente ingressar é difícil, mas já quebramos muitos tabus. Tem aí a nossa representante maior, que é a árbitra central Edina (Alves Batista), que apita jogos da Série A, e aí já abre espaço pra outras árbitras".






























































Edina Alves é referência para Brígida Cirilo.


Foto: Cesar Greco/Palmeiras.









Na opinião de Brígida, o que falta são oportunidades para a classe feminina: "Na verdade, o que precisa mesmo é dar oportunidade. Porque nós nos sentimos preparadas para qualquer desafio. Mas a gente sabe que nesse universo masculino tem que sempre está mostrando que somos capazes. Isso, às vezes, cansa, mas nós somos incansáveis, não desistimos. Até porque tem outras meninas que chegarão. Então, a caminhada é longa, mas prazerosa". Experiente na função, a assistente apontou os maiores desafios para as mulheres na arbitragem: "O maior desafio é sempre a gente estar mostrando do que é capaz. Em cada oportunidade, a gente está mostrando que é capaz de exercer aquela função independente do sexo. Esse é o maior desafio das mulheres no futebol".Cirilo lembrou 'causos' quando estava atuando à beira dos campos: "Logo no início da carreira, a gente trabalhava em vários torneios de base, amadores, até pela própria federação, eu fui a um torneio do Dia dos Pais e trabalhando no campo, local aberto, levei uma mordida de cachorro (risos). Mas consegui terminar o jogo. Após a partida, fui direto para o hospital, mas foi tudo tranquilo", lembrou."Outro fato também aconteceu agora recente. Fui trabalhar no jogo do Palmeiras e peguei a bandeira do meu colega, o outro assistente. Aí, na primeira sinalização que fui fazer voou pano, voou cabo, só fiquei com mecanismo manual na mão. Mas foi bem engraçado", prosseguiu.
































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