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Bolsonaro escolhe Flávio e cria dilema para Caiado, Ratinho Jr. e Zema

07/12/2025 09:29 GazetaWeb - Política

Flávio Bolsonaro.


Luis Nova/ Especial Metrópoles @LuisGustavoNova









A escolha do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo filho Flávio para ser candidato à presidência pelo PL tem forte impacto na corrida pelo Planalto em 2026. A decisão de Bolsonaro define, junto, o futuro do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que pode se concentrar na campanha à reeleição, mas representa um dilema para outros pré-candidatos da direita, os governadores Ratinho Jr. (PSD), do Paraná; Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás; e Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais.A escolha de Flávio pelo pai foi adiantada pelo Metrópoles, na coluna de Paulo Cappelli.Ao contrário de Tarcísio, que termina seu primeiro mandato no ano que vem e pode concorrer à reeleição sonhando com voos maiores em 2030 em caso de nova vitória, os demais presidenciáveis da direita vão concluir 8 anos à frente do Executivo de seus estados e precisam concorrer a outros cargos se quiserem continuar políticos com mandato.A preferência de Bolsonaro por Flávio, porém, tira muito do espaço de quem quer fazer campanha ao Planalto no campo da direita, e uma escolha mais conservadora, como uma candidatura ao Senado, pode ser um caminho menos espinhoso.Nenhum dos pré-candidatos deve sinalizar sua desistência tão cedo, até porque é preciso saber se a campanha de Flávio Bolsonaro vai vingar. Mas, até agora, todo o grupo contava com uma possível bênção ou ao menos apoio indireto do ex-presidente, que está preso na Superintendência da PF em Brasília, cumprindo pena pela condenação a mais de 27 anos por ter liderado trama golpista contra a vitória eleitoral de Lula em 2022.Caiado, por exemplo, manifestou-se após a divulgação da notícia e disse que cabe respeitar a decisão do ex-presidente. “Da minha parte, sigo pré-candidato a presidente e estou convicto de que, no próximo ano, vamos tirar o PT do poder e devolver o Brasil aos brasileiros”, afirmou o goiano.Um governador do campo da direita que corre bem por fora e não deve ser impactado pela chegada de Flávio Bolsonaro na corrida é o gaúcho Eduardo Leite (PSD), que já não contava com o apoio bolsonarista e tenta se posicionar mais ao centro.O que dizem as pesquisasO nome do senador Flávio Bolsonaro não vinha sendo testado nas principais pesquisas eleitorais, mas o peso do sobrenome Bolsonaro pode ser aferido por aproximação.Em pesquisa Datafolha divulgada no sábado (6/12), o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceria, em segundo turno, todos os concorrentes. Os cenários são estimulados. A vantagem mais apertada seria sobre Tarcísio (5 pontos). No caso de Michelle, a diferença iria para 7 pontos. Já em relação a Flávio, aumentaria para 15 pontos.Em levantamento da Atlasintel divulgado no início de dezembro, Lula venceria por margem apertada em cenários com os nomes de Jair e de Michelle Bolsonaro (49% a 47%). Também testado, Tarcísio conseguia o mesmo desempenho.Os demais pré-candidatos da direita pontuam pior que os Bolsonaros contra o petista. No caso de Zema e Caiado, o resultado da pesquisa foi vitória de Lula por 49% a 41%. No caso de Ratinho Jr., 49% x 40% com o atual presidente à frente.Além de Tarcísio, Michelle também fica no caminhoOutro nome ligado a Bolsonaro que vinha sendo especulado e testado como cabeça de chapa ou vice na corrida ao Planalto era o da ex-primeira-dama Michelle, presidente do PL Mulher. Ela inclusive se envolveu em recente disputa pública contra Flávio e os demais enteados por causa de desavenças sobre os caminhos do PL na disputa pelo governo do Ceará. Na ocasião, ela “ganhou” e conseguiu enterrar a aliança do partido com o ex-ministro Ciro Gomes (PSDB) no estado nordestino.Com Flávio se oficializando o pré-candidato do pai, porém, Michelle fica com essa porta fechado e deve se voltar ao plano de concorrer a uma vaga no Senado pelo Distrito Federal.Centrão não compra Flávio de caraA escolha do ex-presidente não agrada os caciques do Centrão, que preferiam se unir em torno de uma candidatura de Tarcísio de Freitas contra Lula, considerada mais competitiva por quem aponta o forte rejeição ao sobrenome Bolsonaro como um problema.Por isso, a pré-candidatura do filho mais velho do ex-presidente não foi celebrada por outros chefes de partido para além de Valdemar Costa Neto, chefe do próprio PL. Nos bastidores do Centrão, a ordem é aguardar para ver a recepção popular a essa notícia e a capacidade do senador de se manter viável ao longo de uma corrida que desgasta muito quem entra no início.Alinhado com o Centrão na preferência por Tarcísio, o mercado financeiro também não recebeu com alegria a decisão de Bolsonaro. Logo após a notícia, na tarde de sexta, a Bolsa desabou e o dólar disparou.

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