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Atrocidade em El Fasher: imagens de satélite mostram impacto do massacre no Sudão com mais de 2 mil mortos

29/10/2025 10:14 O Globo - Rio/Política RJ

Imagens de satélite analisadas pela Universidade de Yale revelaram um massacre em grande escala na cidade de El Fasher, no Sudão, onde mais de 2 mil civis foram mortos após a tomada do território pelas Forças de Apoio Rápido (RSF) — milícia paramilitar envolvida na guerra civil que já dura dois anos. As marcas da chacina são tão vastas que podem ser vistas do espaço, segundo o relatório divulgado nesta quarta-feira.
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De acordo com o jornal inglês The Sun, as fotografias mostram manchas avermelhadas na areia e aglomerados de corpos espalhados por bairros inteiros, especialmente em Daraja Oula, indicando o que os especialistas descrevem como “um processo sistemático e intencional de limpeza étnica” contra comunidades indígenas não árabes.
O Laboratório de Pesquisa Humanitária (HRL) de Yale identificou cinco locais distintos com acúmulo de corpos, além de veículos bloqueando ruas, o que sugere “operações de limpeza porta a porta”. Vídeos verificados pela equipe mostram combatentes executando prisioneiros a queima-roupa — entre eles, meninos-soldados que atiram em civis desarmados.
— Estamos testemunhando um padrão profundamente perturbador de abusos, incluindo assassinatos sistemáticos, tortura e violência sexual — afirmou Yvette Cooper, secretária de Relações Exteriores do Reino Unido.
Cidade em ruínas e fuga em massa
A base da 157ª Brigada de Artilharia foi totalmente devastada, com cicatrizes térmicas de pelo menos 15 explosões, enquanto o antigo Quartel-General da 6ª Divisão aparece destruído. Nas estradas ao sul de El Fasher, centenas de civis são vistos fugindo a pé em direção a campos controlados pelas próprias forças rebeldes, sob disparos e insultos racistas.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos disse ter recebido “diversos relatos alarmantes de execuções sumárias e limpeza étnica” praticadas pela RSF. Para Cameron Hudson, ex-diretor do Conselho de Segurança Nacional dos EUA para a África, o mundo repete os erros do passado:
— Já vimos isso acontecer em El Geneina há dois anos. Está acontecendo de novo — e ninguém faz nada. Que vergonha para eles. Que vergonha para nós.

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