
Aos 96 anos, Fernanda Montenegro segue como símbolo da cultura brasileira
<p>BRASIL - Nesta quinta-feira (16), o Brasil celebra o aniversário de&nbsp;<a target="_blank" rel="noopener noreferrer" href="https://imirante.com/entretenimento/sao-luis/2025/08/27/fernanda-montenegro-anunciou-uma-nova-parada-para-a-turne-nacional">Fernanda Montenegro</a>, que completa&nbsp;96 anos de vida e&nbsp;80 dedicados à arte. Atriz de teatro, cinema e televisão, escritora e membro da&nbsp;Academia Brasileira de Letras (ABL), ela é um verdadeiro patrimônio cultural, uma dessas raras artistas cuja história se confunde com a da dramaturgia brasileira.</p><p>Com uma carreira marcada por personagens inesquecíveis e reconhecida em todo o mundo, Fernanda continua sendo exemplo de talento, coerência e amor pela profissão.</p><h3>Uma vida inteira em cena</h3><p>Nascida&nbsp;Arlette Pinheiro Monteiro Torres, em 1929, no Rio de Janeiro, Fernanda descobriu cedo a vocação para o palco. Sua primeira experiência no teatro foi aos 8 anos, em uma peça da igreja. Em 1950, estreou profissionalmente ao lado do marido, o ator&nbsp;Fernando Torres (1927–2008), no espetáculo&nbsp;3.200 Metros de Altitude.</p><p>Pioneira também na televisão, tornou-se em 1951&nbsp;a primeira atriz contratada da TV Tupi, participando de cerca de 80 peças exibidas em programas teatrais.<br>Na&nbsp;Globo, estreou em 1965 na série&nbsp;Quatro no Teatro, e fez sua primeira novela na emissora em 1981,&nbsp;Baila Comigo, de Manoel Carlos, que criou a personagem Sílvia especialmente para ela.</p><p>No teatro, foi uma das fundadoras da influente&nbsp;companhia Teatro dos Sete, em 1959, que ajudou a renovar a cena brasileira. Desde então, Fernanda atravessou gerações e formatos com a mesma entrega: de minisséries como&nbsp;O Auto da Compadecida (1999) a novelas como&nbsp;Belíssima (2005) e&nbsp;O Outro Lado do Paraíso (2017).</p><h3>Uma carreira premiada e cheia de personagens memoráveis</h3><p>Fernanda Montenegro construiu uma galeria de papéis icônicos. No cinema, brilhou em títulos como&nbsp;A Falecida (1965),&nbsp;Olga (2004),&nbsp;Casa de Areia (2005) e&nbsp;A Vida Invisível (2019).</p><p>Mas foi em&nbsp;Central do Brasil (1998) que alcançou projeção internacional: sua atuação como Dora, a ex-professora que ajuda um menino em busca do pai, rendeu-lhe uma&nbsp;indicação ao Oscar de Melhor Atriz, a primeira para uma brasileira.</p><p>Na TV, emocionou o público como&nbsp;Dona Picucha, em&nbsp;Doce de Mãe (2013), papel que lhe deu o&nbsp;Emmy Internacional de Melhor Atriz, feito inédito para o Brasil. O especial e a série também foram premiados como&nbsp;Melhor Comédia em 2015.</p><p>Relembre algumas de suas obras marcantes:</p><ul><li>Central do Brasil (1998) – Indicação ao Oscar e prêmio no Festival de Berlim.</li><li>O Auto da Compadecida (2000) – A Nossa Senhora mais divertida e comovente do cinema nacional.</li><li>Doce de Mãe (2013) – Emmy Internacional de Melhor Atriz.</li><li>A Vida Invisível (2019) – Representou o Brasil no Oscar e foi premiado em Cannes.<br>&nbsp;</li></ul><h3>Família e legado de Fernanda Montenegro</h3><p>Fora dos palcos, Fernanda sempre foi sinônimo de&nbsp;união familiar e parceria artística. Casou-se com&nbsp;Fernando Torres em 1953, e o amor durou até a morte dele, em 2008. “Ele era o príncipe consorte”, dizia ela, em tom de carinho e cumplicidade.</p><p>Os dois filhos do casal seguiram o caminho dos pais.&nbsp;Fernanda Torres é atriz e escritora;&nbsp;Cláudio Torres, cineasta e roteirista.<br>A família continua unida pela arte, uma herança viva que hoje se estende aos netos Joaquim, Antônio e Davi.</p><h3>Imortal na Academia Brasileira de Letras</h3><p>Em março de 2022, Fernanda Montenegro teve sua “imortalidade” reconhecida com a&nbsp;posse na Academia Brasileira de Letras, ocupando a&nbsp;Cadeira 17, antes pertencente ao diplomata Affonso Arinos de Mello Franco.</p><p>Em um discurso emocionado, ela agradeceu:<br>“Com meu coração e minha razão, agradeço por estar sendo aceita por esse elenco que é protagonista da nossa mais alta cultura. Tomo posse pedindo licença para trazer comigo esta pulsação de vida que me move.”</p><p>Primeira mulher a ocupar a cadeira 17, Fernanda Montenegro reforça que seu nome já está gravado entre os maiores da cultura brasileira, não apenas por sua arte, mas pela lucidez, generosidade e pela forma como fez do ofício um ato de resistência e beleza.</p><h3>Veja vídeo de Fernanda Montenegro comemorando aniversário</h3><div class="raw-html-embed"><blockquote class="instagram-media" data-i
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