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Suspeitos de integrar rede do PCC continuam presos após Operação Blindagem

09/11/2025 15:43 Campo Grande News - Política

Todos os investigados conduzidos na Operação Blindagem continuam presos preventivamente após as audiências de custódia realizadas neste sábado (8), em Campo Grande. A decisão atinge dez pessoas detidas durante a ação do GAECO (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), que revelou uma rede criminosa ligada ao PCC (Primeiro Comando da Capital) e comandada de dentro do sistema prisional de Mato Grosso do Sul. Entre os presos estão Tiago Paixão Almeida, conhecido como Boy e apontado como chefe do tráfico na região do Jardim Tijuca, Selma Roas e Alexssandro Pereira, assistidos pelo advogado Marcos Ivan Silva, além dos policiais penais aposentados Alírio Francisco do Carmo e Aud de Oliveira Chaves, de Lucas Wesley de Souza Santos, o Pastorzinho, e da advogada Brenda Yasmin Martins de Freitas. O advogado Marcos Ivan, que representa Tiago, Selma e Alexssandro, criticou a forma como as prisões ocorreram e afirmou que os acusados sequer tiveram acesso ao conteúdo das investigações. “Essas operações são sempre realizadas na sexta-feira, quando, no sábado e domingo, ninguém tem acesso aos autos. Aí vem a audiência de custódia e ela é feita sem sequer saber por que essas pessoas estão presas”, disse. Segundo ele, o procedimento é inconstitucional e impede o direito de defesa. “Nenhuma dessas pessoas presas nessa operação tem conhecimento de por que está presa. É totalmente inconstitucional. A defesa entende que se trata de uma falta de respeito, um cerceamento da defesa, totalmente fora de um contexto de legalidade. Isso é preocupante, porque qualquer cidadão pode se ver em uma situação como essa e sofrer uma represália sem saber o motivo.” O advogado também destacou o estado de saúde de Tiago Paixão, que, segundo ele, tem problemas pulmonares e cardíacos, faz fisioterapia e perdeu a visão de um dos olhos após uma cirurgia. “Ele nega qualquer envolvimento. Não tinha telefone, não falou com ninguém. Está em tratamento e precisa de acompanhamento médico constante”, afirmou. A operação —  deflagrada na sexta-feira (7), cumpriu 76 mandados judiciais, sendo 35 de prisão preventiva e 41 de busca e apreensão, em nove cidades de Mato Grosso do Sul e em outros dois estados. Foram apreendidas armas, munições, cheques de R$ 200 mil e grandes quantias em dinheiro. As investigações indicam que a organização atuava no tráfico interestadual de drogas, comércio ilegal de armas, usura e lavagem de capitais, mantendo uma estrutura de blindagem dentro dos presídios. O grupo contava com o apoio de servidores públicos corrompidos que garantiam aos líderes do esquema acesso a celulares, informações sigilosas e permanência em unidades de menor rigor. De acordo com o Gaeco, a quadrilha também mantinha vínculos com o Primeiro Comando da Capital, recebendo suporte para ampliar o tráfico e autorização para aplicar punições violentas a devedores. As apurações duraram mais de dois anos e apontam que a rede atuava em Campo Grande, Aquidauana, Jardim, Sidrolândia, Bonito, Ponta Porã, Corumbá, Itanhaém e Balneário Piçarras. Para a defesa, o caso expõe falhas graves no cumprimento das garantias constitucionais. “Todo cidadão tem o direito de saber o motivo da sua prisão e de se defender; isso precisa ser respeitado acima de qualquer operação”, completou Marcos Ivan. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .

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