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Senador americano diz que acordo para acabar com 'shutdown' nos EUA está 'se concretizando'

10/11/2025 00:29 O Globo - Rio/Política RJ

O Senado dos Estados Unidos parece estar se aproximando de um avanço que poderia pôr fim à paralisação do governo ("shutdown"). Neste domingo, o senador John Thune, republicano da Dakota do Sul e líder da maioria, disse a repórteres que um acordo de gastos estava "se concretizando" e poderia ser votado já na noite de hoje.
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As declarações de Thune sugerem que ele acreditava que seu partido estava prestes a conseguir o apoio de democratas suficientes para avançar. Isso seria um avanço notável, especialmente considerando que os republicanos se recusaram a atender à principal exigência dos democratas na luta contra a paralisação do governo: a prorrogação dos subsídios do seguro saúde da Lei de Acesso à Saúde (Affordable Care Act), que expiram no final do ano.
Thune vinha expressando esperança há dias de que um acordo pudesse ser alcançado, e não estava claro se os democratas, que estavam divididos sobre como proceder, estariam dispostos a se juntar aos republicanos para avançar. Eles estiveram reunidos na noite de domingo para discutir os próximos passos, mesmo com o principal democrata da Câmara expressando indignação com o acordo emergente. Em uma declaração irada, o deputado Hakeem Jeffries, de Nova York, que é líder da minoria, afirmou que os democratas da Câmara se opunham a qualquer acordo nesse sentido.
"Agora parece que os republicanos do Senado enviarão à Câmara dos Representantes um projeto de lei de gastos que não prorroga os créditos tributários da Lei de Acesso à Saúde", disse Jeffries em um comunicado, indicando que ele acredita que a proposta tenha apoio democrata suficiente para prosseguir. "Donald Trump e o Partido Republicano são responsáveis ​​pela situação tóxica que criaram em nosso país, e o povo americano sabe disso".
Os comentários de Thune, durante uma rara sessão de domingo, enquanto a paralisação se estendia para o seu 40º dia, seguiram-se a intensas discussões entre um grupo bipartidário de senadores moderados que buscavam um caminho para reabrir o governo.
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Os republicanos, que controlam 53 votos no Senado, tentaram repetidamente, sem sucesso, nas últimas semanas, convencer democratas suficientes para aprovar um projeto de lei de gastos temporário. Até agora, eles conseguiram o apoio de apenas três membros da bancada democrata — um número insuficiente para atingir o mínimo de 60 votos necessário para prosseguir. Caso o plano fosse aprovado no Senado, os democratas na Câmara não teriam chance de derrotá-lo se os republicanos se mantivessem unidos em apoio a ele.
À medida que o possível acordo se aproxima, o senador Tim Kaine, democrata da Virgínia, disse que votaria a favor da reabertura do governo após garantir a inclusão de uma cláusula no projeto de lei de gastos de curto prazo para reintegrar os funcionários federais demitidos aos seus cargos e assegurar que recebam os salários retroativos.
“Esta legislação protegerá os funcionários federais de demissões injustificadas, reintegrará aqueles que foram demitidos injustamente durante a paralisação e garantirá que os funcionários federais recebam os salários retroativos, conforme exigido por uma lei que aprovei em 2019”, declarou Kaine em um comunicado. “Esse é um passo crucial".
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O cerne do acordo emergente no Senado é um pacote de gastos — negociado discretamente por moderados de ambos os partidos — que inclui uma nova medida provisória para financiar o governo até janeiro, além de três medidas de gastos separadas para cobrir programas relacionados à agricultura, construção militar e agências legislativas durante a maior parte de 2026.
Os líderes da Comissão de Orçamento do Senado divulgaram neste domingo a medida de financiamento temporário, que inclui disposições que os democratas vinham pressionando discretamente para que revertessem as demissões de funcionários federais realizadas pelo presidente Trump durante a paralisação do governo e impedissem novas demissões em massa até janeiro. Os três projetos de lei de gastos individuais omitem a maior parte dos cortes profundos que Trump propôs em seu orçamento deste ano.
A proposta de Trump, por exemplo, teria eliminado o programa Alimentos para a Paz, que envia excedentes de colheitas americanas para comunidades afetadas pela fome e pela inanição em todo o mundo. A legislação do Senado destinaria US$ 1,2 bilhão (R$ 6,4 bilhões) para o programa, defendido por muitos republicanos de importantes estados agrícolas.
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Os negociadores do Senado também rejeitaram uma proposta dos republicanos da Câmara para reduzir pela metade o financiamento do Escritório de Responsabilidade Governa

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