Sem atividade online há três meses, Bolsonaro mantém mais seguidores que Michelle e filhos somados
Mesmo sem atividade em suas redes sociais há mais de 120 dias, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda mobiliza mais seguidores online que os filhos e a mulher juntos, segundo dados levantados pela consultoria Ativaweb a partir das plataformas da Meta. O levantamento também mostra que, mesmo após ser escolhido para suceder o ex-mandatário nas urnas no próximo ano, o senador Flávio Bolsonaro (PL) detém menos apoiadores online que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL).
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O relatório mostra que, dentro do clã Bolsonaro, o ex-presidente ocupa o topo do ranking, com 27 milhões de seguidores, apesar de seu perfil não ter novas publicações desde 17 de julho. No dia seguinte, em 18 de julho, o ministro Alexandre de Moraes impôs a proibição do uso das redes sociais como uma das medidas cautelares a serem cumpridas em meio a investigações da Polícia Federal que apontavam crimes de coação, obstrução judicial e atentado à soberania nacional. A decisão também ordenou o uso de tornozeleira eletrônica. Duas semanas depois, Moraes decidiu pela prisão domiciliar do ex-mandatário. Já no final de novembro, ao serem constatados indícios de fuga, ele foi transferido para a Superintendência da Polícia Federal em Brasília, onde atualmente cumpre a pena por envolvimento na trama golpista.
O levantamento feito pela Ativaweb também mostra que, depois de Bolsonaro, Michelle detém o maior número de seguidores (7,8 milhões). Próxima ao público evangélico, a ex-primeira-dama, segundo a pesquisa, obtém maior engajamento em publicações com temas religiosos e de enfrentamento político, mais recorrentes a partir do período em que o marido passou a responder pela trama golpista no STF. Desde que o ex-presidente foi preso, no entanto, ela entrou em atrito publicamente com os filhos dele após interferir na composição firmada entre o PL e o ex-governador Ciro Gomes (PSDB) no Ceará. Após se referir a ela como "autoritária", o senador Flávio Bolsonaro chegou a pedir desculpas publicamente e a sigla anunciou o rompimento da aliança.
Três dias depois, ele se colocou como pré-candidato ao Planalto, após ter recebido o aval do pai durante uma visita. De acordo com um levantamento realizado pela consultoria Bites e obtido pelo GLOBO, o anúncio mobilizou cerca de 1,86 milhão de menções ao senador, a Jair Bolsonaro e à campanha por anistia no X, Facebook, Instagram, Reddit e YouTube, que geraram mais de 19 milhões de interações.
Apenas no X, por exemplo, 171 mil autores foram responsáveis por 1,63 milhão de menções, que atingiram o pico de 180 milhões de visualizações. Entre as menções com maior repercussão, foi destaque o apoio da direita bolsonarista à candidatura de Flávio, advindo de parlamentares como Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), Carlos Jordy (PL-RJ), Mário Frias (PL-SP), Marco Feliciano (PL-SP), Magno Malta (PL-ES) e Gustavo Gayer (PL-GO). Apesar das sinalizações de apoio de lideranças do bolsonarismo, o senador manteve o quantitativo de seguidores nas redes sociais (6,5 milhões) inferior ao do pai, a Michelle e ao irmão Eduardo (7 milhões), superando apenas Carlos (3,6 milhões) e Jair Renan (891 mil).
A sinalização de sua candidatura também movimentou cerca de 101 hashtags, segundo um relatório produzido pelo Instituto Democracia em Xeque, sendo a maioria vinculada ao campo da direita, como #FlavioBolsonaroPresidente2026 e #FlavioBolsonaro2026, além de mobilizações em torno da anistia, como em #AnistiaJá e em #AnistiaAmplaGeraleIrrestrita.
Também foi monitorada a reação da esquerda, que, segundo o relatório, reagiu positivamente ao nome do senador ao considerar os resultados de pesquisas recentes, como o Datafolha, que mostram a vantagem do presidente Lula (PT) ante ao escolhido para suceder Bolsonaro nas urnas. Ainda de acordo com o levantamento, foram relembrados momentos no histórico do parlamentar, como as investigações no caso das "rachadinhas" e o desmaio durante o debate eleitoral pela prefeitura do Rio em 2016.
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