Prêmio Jabuti 2025: Obra de Ruy Castro sobre Tom Jobim é escolhida o livro do ano; confira vencedores
Os vencedores do Prêmio Jabuti 2025 foram anunciados na noite desta segunda-feira (27) em cerimônia no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Tradicionalmente, a premiação ocorre em São Paulo, mas este ano foi no Rio para festejar o título de Capital Mundial do Livro, concedido à cidade pela Unesco e válido até abril de 2026 — e que também rendeu um prêmio especial de Fomento à Leitura. Os atores Marisa Orth e Silvio Guindane apresentaram a cerimônia, um tanto desorganizada, com vídeos fora da ordem, áudio dos apresentadores vazado e nomes de jurados e autores pronunciados errado.
A premiação começou pelo eixo Inovação. Na categoria Fomento à leitura, venceu "AbraPalavra: onde a literatura se encontra com a vida cotidiana". Em seguida, foi entregue o prêmio na categoria Livro Brasileiro Publicado no Exterior, que foi para "BRABA - antologia brasileira de quadrinhos", das editoras Mino e Fanthagraphics Books. Na categoria Escritor Estreante - Poesia, o livro vencedor foi "Maracujá interrompida", de Luis Osete (Editora Cepe). Finalizando o eixo Inovação, "Sangue Neon", de Marcelo Henrique Silva (Editora Faria e Silva) foi o escolhido na categoria Escritor Estreante - Romance.
A categoria Fomento à Leitura - Rio Capital Mundial do Livro, criada especialmente para a edição 2025 do Prêmio Jabuti. O vencedor foi o Rio Capital Mundial do Livro, programa público que fortalece políticas estruturantes do livro e das bibliotecas.
No eixo Produção Editorial, a categoria Tradução premiou "Byron: poemas, cartas, diários & c." e o tradutor André Vallias (Editora Perspectiva). Na categoria Projeto Gráfico, venceu "Palavra", editado pelo Instituto Tomie Ohtake. Na categoria Capas, Kiko Farkas ganhou por "Acrobata" (Editora Companhia das Letras). Na categoria Ilustração o premiado foi Nelson Cruz por "Bento vento tempo" (Editora Companhia das Letrinhas).
No eixo Não Ficção, "Letramento racial: uma proposta de reconstrução da democracia brasileira", de Adilson José Moreira (Editora Contracorrente) foi premiado na categoria Educação. A psicanalista Vera Iaconelli foi a vencedora na categoria Saúde e Bem-estar por "Felicidade ordinária" (Editora Zahar). Na nova categoria Negócios, o vencedor foi "A essência de empreender: como foi construído o Grupo Boticário, um dos maiores ecossistemas de beleza do Brasil", de Miguel Krigsner (Editora Portfolio-Penguin). Na categoria Economia Criativa, Pedro Tourinho ganhou com o livro "Ensaio sobre o cancelamento" (Editora Planeta do Brasil). "Thomaz Farkas, todomundo", organizado por Juliano Gomes, Kiko Farkas, Rosely Nakagawa e Sergio Burgi (Editor Instituto Moreira Salles) venceu a categoria Arte.
O troféu de melhor biografia ou reportagem, o mais cobiçado entre os de não ficção, ficou com "Longe do ninho", de Daniela Arbex (Editora Intrínseca). O prêmio para a obra que investiga o incêndio que matou jogadores da categoria de base do Flamengo gerou comoção no Theatro Municipal e gritos de "justiça".
A escritora e membro da Academia Brasileira de Letras Ana Maria Machado foi escolhida a Personalidade Literária do ano e foi homenageada em vídeo por, entre outros, Ruth Rocha, Pedro Bandeira, Dirce Waltrick do Amarante e Ruy Castro. Ovacionada por um Theatro Municipal de pé, ela se disse emocionada e que o prêmio a encheu de alegria e gratidão. "É um reconhecimento que vem do povo do livro, a minha gente", disse a autora.
Ana Maria Machado recebe o prêmio de Personalidade no Ano no Jabuti 2025
Reprodução
No eixo Literatura, "Respiro", de Armando Freitas Filho (em memória) foi premiado na categoria Poesia. O melhor infantil foi "Estações", de Daniel Munduruku e Marilda Castanha (Editora Moderna). Já o melhor juvenil foi "O Silêncio de Kazuki", de André Kondo (Editora Telucazu Edições). Na categoria Histórias em Quadrinhos, o Jabuti foi para "Mais uma história para o velho Smith", de Orlandeli (Editora Gambatte). Já na categoria Conto, "Dores em salva", de Elimário Cardozo (Editora Patuá) foi o vencedor. O melhor livro de crônicas foi "O ouvidor do Brasil: 99 vezes Tom Jobim", de Ruy Castro (Editora Companhia das Letras).
Na categoria Romance de Entretenimento, Rafael Zoehler levou o prêmio com "As fronteiras de Oline" (Editora Patuá). Já em Romance Literário, que teve apenas homens entre os indicados, o vencedor foi o titã Tony Bellotto com "Vento em setembro" (Companhia das Letras).
Por fim, Ruy Castro recebeu o Prêmio de Livro do Ano, categoria na qual concorrem apenas os livros vencedores das demais categorias, por "O ouvidor do Brasil: 99 vezes Tom Jobim". Em seu discurso de agradecimento, o autor, que é membro da ABL, disse que é apenas alguém que faz perguntas e que se concentra nas histórias do Rio de Janeiro.
O 67º Prêmio Jabuti recebeu 4.530 inscrições. Segundo o curador do concurso, Hubert Alquéres, esse número “demonstra a vitalidade da produção literária e a importância do Jabuti”. Todos os vencedores levarão uma estatueta e R$ 5 mil. Já o ganhador da categoria Livro do
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