
'O Telefone Preto 2' apela para o sobrenatural em boa sequência
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Quando anunciaram a continuação de "O Telefone Preto, sucesso de 2022, muita gente deve ter se perguntado: "Precisava ser feita uma sequência?". A resposta, simplesmente é: "Não". Afinal o filme era muito bem resolvido em si, amarrava bem as suas pontas e só despertava uma curiosidade a mais devido a seu formidável vilão.Mas "O Telefone Preto 2", que estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (16), até que consegue driblar a desconfiança inicial. O longa oferece aos fãs do primeiro filme e do gênero uma nova história que, se não é inovadora, pelo menos é bem conduzida, com bons elementos de suspense e mais sustos do que foram vistos na produção anterior.Ambientada quatro anos depois do primeiro filme, a trama mostra que Finney Shaw (Mason Thames, de "Como Treinar o Seu Dragão"), tenta voltar a viver uma vida normal, embora tenha se tornado o valentão da escola e volta e meia se meta em brigas. Ele ainda conta com o apoio de sua irmã, Gwen (Madeleine McGraw) e faz o possível para esquecer tudo o que aconteceu com ele.Só que Gwen passa a ter sonhos com estranhas imagens que mostram vítimas de crimes causadas por um ser misterioso num acampamento de inverno. Disposta a descobrir o que está acontecendo, ela leva o irmão e um amigo, Ernesto (Miguel Mora), até ao local. Só que, ao chegarem lá, eles acabam isolados por uma nevasca com os funcionários do estabelecimento.Para piorar, Finney é forçado a enfrentar seus piores medos porque uma cabine telefônica desativada começa a fazer ligações e, logo, ele descobre que o Sequestrador (Ethan Hawke) se tornou um espírito vingativo e encontrou uma nova forma de atacar suas vítimas. Os irmãos não veem outra saída senão encontrar uma forma de impedir os planos de seu inimigo, ao mesmo tempo em que precisam solucionar o mistério que assola o acampamento.Mudança de papéisO que mais chama a atenção em "O Telefone Preto 2" em relação ao original é a mudança em relação ao protagonismo. Se no primeiro filme, a trama é mais centrada em Finney e suas tentativas de escapar do Sequestrador, na sequência a maioria das ações está voltada para Gwen.
Gwen (Madeleine McGraw) tenta escapar do Sequestrador (Ethan Hawke) em 'O Telefone Preto 2'.
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É claro que o jovem não é esquecido completamente na história e também há um arco dramático para ele, em relação ao trauma que ele luta para superar, que ocupa parte da trama. Mas é notório que o diretor e roteirista Scott Derrickson, o mesmo que comandou a primeira parte e ficou conhecido por "Doutor Estranho", preferiu fazer a sequência mais focada na irmã do protagonista.É ela que tem as cenas mais impactantes do filme, inclusive nos embates com o Sequestrador, tem um maior desenvolvimento de seu poder de ver coisas e ter premonições através dos sonhos e até ganha um romance na história. A ideia não é ruim e ajuda a dar outro ponto de vista para justificar a existência dessa continuação.Além disso, Derrickson adiciona mais elementos sobrenaturais do que no primeiro filme, o que gera uma quantidade bem maior de sustos e um clima de terror mais evidente. Isso fica bem claro, inclusive, na criação de imagens mais perturbadoras e realizadas com uma fotografia mais granulada e uma montagem mais ágil, para obter um efeito que cause mais incômodo. Ponto para o diretor, que sabe realizar boas sequências deste estilo.
O Sequestrador (Ethan Hawke) agora também ataca nos sonhos em 'O Telefone Preto 2'.
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Novo Freddy Krueger?O único porém de "O Telefone Preto 2" foi a solução encontrada por Derrickson, ao lado do roteirista C. Robert Cargill (que também escreveu o primeiro filme) para trazer o Sequestrador de volta. Ao transformá-lo numa espécie de monstro que só ataca suas vítimas quando elas estão dormindo, a dupla simplesmente fez com que o serial killer mascarado adquirisse habilidades idênticas a outro personagem famoso dos filmes de terror: Freddy Krueger, da franquia "A Hora do Pesadelo".Assim como o assassino criado por Wes Craven, o Sequestrador se mostra mais forte e poderoso no mundo dos sonhos, capaz de realizar proezas que não poderia fazer no mundo real. Além disso, sua força está nas vítimas que morrem durante o sono. Praticamente um "copia e cola" do filme de Kraven, lançado em 1984.Tanto que, num dos momentos mais tensos do filme, Gwen luta contra o Sequestrador, mas as outras pessoas não podem vê-lo porque tud
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