Nubank supera Petrobras e se torna maior empresa privada do Brasil

O banco digital Nubank alcançou um feito inédito para uma empresa privada brasileira ao superar a Petrobras em valor de mercado. A fintech atingiu uma capitalização de aproximadamente US$ 76,8 bilhões, enquanto a estatal está avaliada em cerca de US$ 75 bilhões, segundo dados recentes do mercado financeiro.Conforme levantamento do O Antagonista, em um cenário marcado pela volatilidade dos mercados globais, o feito tem forte peso simbólico: uma fintech jovem e digital assume o protagonismo antes ocupado por uma empresa estatal septuagenária, tradicionalmente associada ao petróleo e ao poder público.


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O Nubank atua sob a estrutura da holding Nu Holdings Ltd., cujas ações são negociadas na Bolsa de Nova York (NYSE: NU) e também disponíveis no Brasil por meio de ADRs.De acordo com dados públicos, o banco digital reúne cerca de 90 milhões de clientes na América Latina, com atuação concentrada principalmente em Brasil, México e Colômbia.Distância das economias globaisApesar do avanço do setor privado brasileiro, o país ainda está longe das gigantes mundiais. Nenhuma empresa nacional listada supera US$ 80 bilhões em valor de mercado, enquanto os EUA têm mais de 130, a Suíça 8 e a Índia 6. O cenário reflete baixos investimentos, juros altos e ambiente regulatório e tributário complexo, tornando difícil empreender no país.Estatais em criseEnquanto fintechs como o Nubank avançam, as estatais brasileiras acumulam prejuízos e burocracia. Em 2024, os Correios registraram rombo de R$ 3,2 bilhões, e as estatais federais somaram R$ 6,7 bilhões em perdas — o pior resultado em mais de duas décadas. Instituições que deveriam simbolizar eficiência tornaram-se fardos orçamentários.Crise política, fiscal e tributáriaO Brasil arrecada mais de R$ 3 trilhões por ano, mas enfrenta instabilidade institucional, dívida crescente e regras tributárias complexas, desestimulando o empreendedorismo e favorecendo o rentismo.O troféu solitário do capitalismo tropicalO Nubank se torna a empresa privada mais valiosa do país, mas ocupa apenas a 280ª posição global. O feito simboliza o talento brasileiro que sobrevive apesar do sistema, mostrando que avanços isolados ainda contrastam com a fragilidade estrutural do Estado.

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