Museu do Pontal celebra cultura popular em festival gratuito com três exposições, show de Mart'nália e mais
Carnaval, maracatu, folia de reis, reisado, jongo, boi-bumbá, carimbó. Algumas das mais importantes celebrações brasileiras se encontram no Museu do Pontal, na Barra, a partir de sábado, quando o espaço comemora os quatro anos da nova sede com o festival “Festas, sambas e outros carnavais”, inauguração de três mostras (que renovam em 70% o espaço expositivo), shows de Mart’nália, Unidos de Vila Isabel, Tambores de Olokum e oficinas e atividades gratuitas.
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Máscaras do carnaval das águas, no Museu do Pontal
Leo Martins/Agência O GLOBO
Com o maior e mais significativo acervo de arte popular do país, o museu — que foi fundado no Recreio pelo colecionador francês Jacques Van de Beuque, em 1976 — entrou de vez no calendário cultural e de lazer da cidade desde que se mudou para a sede da Barra, maior e com um amplo jardim.
— Quando pensamos esse espaço, queríamos ser um museu praça, democrático, dedicado à arte das camadas populares. Então, criamos uma programação semanal e eventos recorrentes, para a trazer a cultura popular brasileira para cá. Desde o início temos vocação familiar — conta Lucas Van de Beuque, diretor e curador da instituição junto com a mãe, Angela Mascelani.
Festivais como esse já são tradição por lá. Além de atividades fixas semanais — como a Roda de Bebês, o Baú de Brinquedos e a visita musicada —, sempre que há novas exposições acontecem eventos que dialogam com as mostras. Uma grande festa junina e atividades no Mês da Criança, com festival de circo, também já entraram para o calendário e transformam a área externa em uma autêntica praça pública. E com um detalhe: em fim de semana de festival, como este, vans gratuitas partem do metrô Jardim Oceânico e do Terminal Alvorada em direção ao museu.
Jardins do Museu vão receber festival com shows de Mart'nália, Unidos de Vila Isabel, Tambores de Olokun e mais
Divulgação
De longa duração
Celebrando festividades de Norte a Sul do país, a mostra de longa duração “Festas, sambas e outros carnavais” — que já esteve em São Paulo e Belém — reúne esculturas, fotos e pinturas de mais de 60 artistas de dez estados. Ao passar pela porta principal, o público é recebido por “Jurandir”, uma enorme tela feita de fita adesiva colorida, com uma criatura com duas caudas e coroa de espadas de São Jorge. A obra é de Rona, artista da comunidade Pretos Forros, no Lins.
Obra com fitas adesivas coloridas de Rona, artista da comunidade Pretos Forros, no Lins
Leo Martins/Agência O GLOBO
A viagem começa pelo Pará: como um rio, um corredor pintado de azul e ripas de madeira lembram as palafitas. As festividades vibrantes de Belém são o início do cortejo, que ocupa salas coloridas, organizadas em ilhas temáticas. Na primeira, máscaras e fantasias de variadas formas, texturas e tecidos. Imagens do carnaval das águas e seus cortejos fluviais preenchem o ambiente, a partir do olhar do fotógrafo Luan Rodrigues. A marujada e a festa de aparelhagem, também clássicas do estado, estão representadas em grandes telas, nas pinceladas de Maria José Batista.
Fantasias do carnaval das águas, do Pará
Leo Martins/Agência O GLOBO
O maracatu desfila sob um teto de fitas cintilantes, as mesmas usadas nos chapéus das indumentárias dos caboclos de lança, personagens fundamentais do festejo. Em seguida, em um salão negro, lantejoulas do boi-bumbá cintilam em meio às obras. O efeito é inspirado nas mesmas contas brilhantes que restam pelo chão e iluminam a noite depois que a farra passa pelas ruas, no Norte e Nordeste do país.
Maracatu sob um teto de fitas cintilantes, as mesmas usadas nos chapéus das indumentárias dos caboclos de lança
Leo Martins/Agência O GLOBO
Então, chega o Rio, com seus batuques, seu funk, bate-bolas e carnaval. Uma pequena roda de samba ocupa o centro da sala, uma engenhoca que se movimenta. Assim como a escultura — quase em tamanho real — de Luiz Gonzaga, por Adalton Lopes, que toca sanfona e faz a transição entre o Nordeste e a Cidade Maravilhosa. As obras são rodeadas de fotos de bambas como Cartola, Dona Ivone Lara, Martinho da Vila e Pixinguinha, feitas por Walter Firmo.
As salas seguintes trazem artistas contemporâneos cariocas, com destaque para as esculturas em fio de cobre de Juan Pablo, jovem artista da Vila Nova Aliança, que retratam o cotidiano dos crias, como um baile funk.
O baile funk de Juan Pablo, um dos destaques da exposição "Festas, sambas e outros carnavais", no Museu do Pontal
Leo Martins/Agência O GLOBO
Individuais
A exposição principal acaba, mas a festa não. No mezanino, “Sérgio Vidal: nas batucadas da vida” faz do salão um botequim ou uma tarde de domingo em família no subúrbio carioca. O artista plástico de 80 anos ganha, pela primeira vez, uma retrospectiva de sua obra — muito influenciada por Heitor dos Prazeres. As mais de 30 pinturas retratam
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